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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

VALE DE SALGUEIRO - Freguesias do Concelho de Mirandela

VALE DE SALGUEIRO é uma freguesia de Mirandela, distando desta cerca de 15 km, para NNO. Em termos de povoação é muito antiga e deve ter sido povoada antes do século XII. Não é difícil relacionar o seu povoamento pré e proto histórico com Vale de Telhas que lhe fica próximo, e onde há vestígios abundantes da presença clara dos Romanos.
A actual freguesia de Vale de Salgueiro já pertenceu a Torre de D. Chama, e é composta pelas antigas paróquias de S. Sebastião de Vale de Salgueiro e de Santa Maria de Miradezes sua anexa. Miradezes pode relacionar se com Mirandelenses, Mirandezes e com desnalazação daria Miradezes. 
Em 1857 passa a ter escola primária. Situada na estrada que vai de Mirandela para Vinhais passando pela Bouça, com desvio de 500 metros que em 1992 ainda não estava alcatroado, Vale de Salgueiro é uma freguesia e povoação com as próprias tradições e costumes, bem como cultura. A Igreja Matriz tem à sua volta, quer para nascente quer para poente, o casario da povoação e o aconchego da sua população ali residente. Os altares têm bonita talha dourada, o coro é em madeira e vêem se várias pinturas com os apóstolos, no tecto do Altar Mor. O púlpito, à esquerda quando se entra, mas mais para perto do altar mor, tem bonitas escadas em cantaria.
Tem também 1 escola pré primária, 2 salas de primária e telescola. A Associação Cultural com a sua sede, a Junta de Freguesia, a Casa Paroquial em frente com varanda em madeira e várias colunas redondas em granito, dão um aspecto mais agradável ao meio. No Largo da Feira a casa brasonada do Coronel Xavier, várias construções de casas rurais abastadas, todas em pedra, tornam a povoação com uma certa nobreza. O Cruzeiro com o Largo e fontanário junto à Ponte Romana. Esta, o Ribeiro que lhe passa ao fundo do povo, a Casa brasonada e a estrada de acesso com casas até ao cruzamento mais para nascente são pontos de referência obrigatória. Em 1950 a freguesia de Vale de Salgueiro tinha 775 habitantes, dos quais 390 eram do sexo masculino e 385 do feminino.
Na década seguinte ainda havia posto de registo civil e tinha 1 ferrador, 1 agência de seguros, 3 lavradores/agricultores abastados, 1 médico, 2 mercearias, 2 professores. Em 1991 possuía 525 e em 2001 eram 422 os residentes, dos quais 216 eram do sexo masculino. No campo das actividades, destaque para a agricultura e para a Cooperativa vinícola particular com as suas cubas bem à mostra. O vinho, azeite, cortiça, frutas diversas e cereal são abundantes na freguesia, e constituem a única riqueza para muitos. Apesar de mecanizada, ainda se usa bastante a tradição. É o caso das carroças que abundam pelas ruas e caminhos da povoação, para cumprimento das suas funções. A Rua principal é a Rua Direita ou Central, e é no Largo do Eirol ou da Feira que se costumam juntar, ou ainda nas imediações do Largo da Igreja, conversando, trocando experiências da sua vida, preparando o futuro. Podemos acrescentar que, além da Cooperativa, tem também uma fábrica de azeite, vários fornos de cozer o pão, duas serralharias, 2 barbeiros, 2 sapateiros, 2 ferradores, 1 supermercado, 1 taberna e 3 cafés.
Miradezes é uma aldeia anexa de Vale de Salgueiro que fica mesmo junto do rio Rabaçal, a cerca de 3 quilómetros da freguesia.
Tem um enquadramento peculiar, fazendo vida com o rio, onde as pedras de as mulheres lavarem a roupa, a azenha, o açude e os areais marcam a vida do povoado. Uma agricultura fértil, pois o rio dava a água suficiente para regar os seus terrenos, pelo que a abundância da mesa em Miradezes é uma realidade. Embora se vá despovoando, verificamos que cada vez fica mais bonita com o interesse que seus filhos que vão teimando em lá viver ou frequentá la quando podem. Exemplo disso é a obra que o Cónego Silvério Pires tem feito no campo cultural em volta da sua Capela que já foi Igreja Paroquial, bem como dentro da mesma. Não há dúvida que está ali a nascer um Museu da Pedra, único na região, que conta já com imensas pedras que falam com o seu silêncio e simbolismo, dando a quem o visita uma possibilidade de lembrar a vida dura mas rija dos transmontanos. Mós de lagares, bancos de pedra, esteios, colunas, arcos, relógios de sol, pias, são muitas as peças que já o compõem. Aliás, no adro está também escrita na pedra uma mensagem: "Os Engomadinhos". Para lembrar que afinal era o nome que chamavam aos de Miradezes por andarem na vila ou nas feiras, ou nas festas e romarias sempre bem arranjadinhos, lavadinhos e apresentados, em oposição aos outros povos de outras terras que não tinham o rio perto, e por isso a água escasseava, pelo que não andavam tão limpos. Seria assim nos tempos idos da Idade medieval.
Resta acrescentar que Miradezes é um local procurado no verão por muitos que querem fazer praia nos areais do rio que quase chega a secar. Nesta freguesia há uma festa tradicional no dia de Reis, 6 de Janeiro, que tem como protagonista "o Rei ' que é o líder de todos os rituais festivos. Como rituais típicos nesta festa dos reis há: o Cantar dos Reis, A Visita Protocolar a todas as casas da aldeia, a distribuição de tremoços, a prova de vinho, e as danças tradicionais ao som de gaitas de fole.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte.

2 comentários:

  1. Bom dia Sr. Henrique Pedro.

    O ideal seria ter a gentileza de indicar esses erros grosseiros no sentido de elucidar corretamente os leitores. O texto consta, ipsis verbis, no III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura, Editora Cidade Berço, Apartado 108 4801-910 Guimarães - Tel/Fax: 253 412 319, e-mail: ecb@mail.pt

    Com os melhores cumprimentos.

    Henrique Martins

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