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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 26 de junho de 2018

REQUIEM POR TRÁS-OS-MONTES

A cada novo dia parece estarmos destinados a acordar para o sobressalto, para a angústia que rói o ânimo e segreda a resignação, para a canseira de teimar que o país poderia encontrar outro rumo de ocupação equilibrada do território, com vantagem para os cidadãos do presente e do futuro.

Não é de estranhar, porque conhecemos bem o efeito demolidor de décadas de sangria das gentes, de ausência de decisões políticas esclarecidas para a construção de um país a sério.

Quando o próprio Presidente da República já interveio, de batuta em punho, para corrigir algumas fífias da geringonça no que respeita a três quintos do território, impondo um calendário para ritmos equilibrados, soa estranho que, para a próxima década, a liderança política governamental não coloque nenhuma hipótese de intervenção estrutural no transporte ferroviário em toda a região transmontana, ou seja, nos distritos de Bragança e Vila Real, ao mesmo tempo que vai anunciando que o IC5 deixará de ser uma via concessionada, para voltar à responsabilidade directa da IP, anterior Estradas de Portugal e antiga Junta Autónoma de Estradas.

Os cidadãos desta região que ainda não se renderam às manobras videirinhas que trouxeram o país à condição absurda de uma choldra com vista para o mar, nunca compreenderão que, ao contrário das loas às potencialidades destes territórios, afinal se estejam a preparar decisões que lhes serão fatais.

Num tempo em que se proclama um futuro de transportes movidos por energias limpas, deixar Trás-os-Montes sem caminhos-de-ferro é como voltar ao séc. XIX, quando a moda nacionalista nos impôs linhas férreas de quarta categoria, que chegaram tarde e demonstraram não ser opção quando percebemos as potencialidades de uma Europa sem os espartilhos das fronteiras.

Espera-se que os municípios e as populações não recuem na reivindicação de duas intervenções fundamentais, que recentemente assumiram: uma ligação ferroviária que atravesse a região no sentido sudoeste/nordeste, a entroncar na via espanhola junto a Zamora e a recuperação e modernização do troço da linha do Douro, até Barca D’Alva e ligação, como aconteceu durante décadas, à rede espanhola. Doutra forma, daqui a meio século poderão nem sequer restar os centros urbanos que têm sobrevivido à voragem, por beneficiarem da localização dos eixos das auto-estradas A4 e A24.

Assim se poderá alimentar alguma esperança de estabilização demográfica, garantindo a complementaridade de redes viárias como o um IC5 seguro, com manutenção adequada e ligações renovadas de Vinhais e Vimioso ao eixo da A4. A experiência dos últimos anos não permite grandes entusiasmos, quando se sabe dos adiamentos inadmissíveis de intervenções vitais para a região, a que acresce o verdadeiro abandono das vias, sem renovação dos pavimentos, nem a simples limpeza das bermas, da responsabilidade da IP.

Os responsáveis políticos locais e regionais precisam de encontrar formas de cooperação autêntica, num combate que não podem perder.


Teófilo Vaz
in:jornalnordeste.com

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