A Cooperativa Agropecuária Mirandesa (CAM), que em 2017 transformou 327 toneladas de carne de bovino mirandês, representando um volume de negócios de 3,2 milhões de euros, espera concluir este ano com números mais expressivos, alavancada no aumento de explorações.
Atualmente, a carne de bovino de raça mirandesa tem no mercado nacional o seu principal consumidor, que absorve cerca de 80% da produção. Quanto às exportações, a principal incidência vai para França e Alemanha.
“Contudo, há outros mercados pontuais, na Europa, que vamos trabalhando”, disse o diretor comercial da CAM, Nuno Paulo.
A CAM investiu numa unidade de restauração que está localizada em Paris e tem dois agentes comerciais na distribuição em França, o que faz chegar este produto de “qualidade superior” a outros restaurantes e à comunidade portuguesa ali radicada e não só.
A CAM tem uma unidade em Vimioso, no distrito de Bragança, onde todas a transformação das carcaças é efetuada.
O presidente da CAM, António Luís, disse que a unidade de transformação de carne mirandesa tem capacidade para laborar mais carcaças e apresentar produtos daí derivados.
“Comercializamos todas a produção da carne mirandesa produzida nos concelho do Nordeste Transmontano e acreditamos no crescimento das explorações pecuárias”, observou o responsável.
Os dirigentes da CAM mostra-se agora mais esperançados no incremento da produção de carnes devido ao interesse demonstrado pelos produtores mais jovens que estão apostados em aumentar um efetivo que se situa, de momento, em cerca de 5.500 animais reprodutores.
“Nós pagamos 5,50 euros o quilo de carne mirandesa em carcaça ao produtor”, frisou.
Inês Teixeira, uma das produtoras disse que vale a pena criar animais de raça mirandesa.
“Temos o escoamento dos animais sempre garantido e por vezes não temos efetivo suficiente para o mercado. A carne mirandesa tem futuro, apesar das condições climatéricas nos últimos anos não ajudarem”, frisou.
José Preto, outro produtor de carne mirandesa, faz contas e disse que se pagam a carne mirandesa a 5,50 euros o quilo, é preferível apostar nesta produção, já que a outra carne é, como afirmou, paga a 4,25 euros.
Agência Lusa
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