Cada árvore é uma fábrica de oxigénio, criando um ambiente mais saudável ao homem nos aspectos físico e psíquico. Mirandela ensaiou uma política de boas podas no tempo do Presidente José Silvano e que nos enchia de orgulho. Depois de eu ter criticado as podas camarárias de então, alguns podadores camarários tiveram formação. Logo a seguir, as podas das árvores dos parques e ruas da cidade melhoraram muito. Pena é que com a sua saída da Presidência, os podadores municipais tivessem voltado às podas que me envergonham e não são um exemplo para ninguém. Muito me alegraria se a actual equipa camarária desse, ao responsável pelos espaços arbóreos, formação para melhor se cuidar das árvores em espaços urbanos e por sua vez essa competência fosse «passada» para os podadores municipais. Mirandela, como diz o dito, «ou escalda ou péla» e corta o coração, no tempo quente, vermos as árvores com podas severas, em vez de serem fonte de frescura e de um ar mais saudável.
O saudável tratamento das copas das nossas árvores dão uma melhor imagem de urbanidade da cidade. Se uma árvore, ao longo da sua vida, for bem tratada ela sabe como deve estender as suas raízes para estar em segurança, mesmo em dias de intempéries. São os cortes severos (para não dizer bárbaros) que tornam as árvores vulneráveis aos fungos que lhe vão corroendo o lenho e ao sofrerem cortes brutais elas deitam tufos de ramos que se tornam barreiras intransponíveis aos ventos e contribuindo para alguns estroncamentos e quedas.
Se quiserem ver árvores exemplarmente bem tratadas, mesmo as que estão junto às casas, vão a Guimarães e peçam apoio aos seus técnicos. Disse-me um dia o ex-Presidente do Município de Guimarães, Alfredo Magalhães, quando lhe dei os parabéns por as árvores dos espaços urbanos da sua cidade serem tão bem tratadas: - as árvores querem crescer em todo o seu esplendor. E são generosas para com os seres vivos, de um modo particular para com o homem.
Se querem ver como árvores de pequeno porte mal tratadas pelos podadores camarários vão, por exemplo, à rua Manuel Pires, junto à estação rodoviária! Digam-me se há algum motivo para aqueles cortes brutais? Ou vão ao largo da Igreja de Lamas de Orelhão, junto ao bom restaurante, Rei de Orelhão, e vejam o estado em que deixaram uma amoreira, que aqui reproduzo a foto! Dava tanto jeito a sua sombra nos dias de canícula que se avizinham!... Depois, se carregasse de amoras, evitaria que alguma fruta fosse comida pelas avezinhas, já que comeriam as suas amoras.
Jorge Lage
in:atelier.arteazul.net
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