Perto da torre da Vilariça, já em terras do actual concelho de Torre de Moncorvo, vivia um jovem fidalgo chamado Mem Corvo. Estávamos no ano de 1062 e Fernando I, o Magno, rei de leão, atacava nesta altura os mouros na Estremadura. Tempo da chamada reconquista Cristã começava a dar um novo desenho às nações peninsulares e tardaria meio século até à formação de Portugal como estado independente.
É por este tempo que acontece a história de amor, reza a lenda que à torre maior da Vilariça chegou, afogueada, uma jovem moura pedindo protecção a Mem Corvo. Este recebeu-a e ficou a saber que Pêro Antunes, um castelão das vizinhanças, a perseguia tenazmente.
Zaida passou a Joana
Acabou por dar protecção à bela Zaida, porem com a condição de ela se cristianizar e baptizar-se Joana. Comprometia-se ao fidalgo a catequiza-la. Obviamente que tamanha aproximação entre os jovens suscitaram uma paixão mútua e baptizando-se Zaida em Joana, eles combinaram o casamento. Porém, nas vésperas da boda, uma doença grave atacou a noiva, aliás a doença dos linhos, que grassava em parte da população. O médico avaliou que Joana se salvaria, no entanto, uma conversa entre noivos abalou as convicções de Joana. Quis ela saber porque Mem Corvo insistia no nome que lhe pusera, tendo ele confessado que amara uma sua prima assim chamada, só que a morte a levara ainda com 13 anos de idade. Tentou ele ainda afastar este temor da cabeça da noiva, mas ela começou a cismar que não passava da memória de um antigo amor de Men Corvo. Este disse-lhe que, para lhe melhorar os ares, mandara erguer uma torre para moradia de ambos nuns terrenos não habitados retirados dali e que com eles iriam várias famílias. Chamaria a esse sítio Terra de Joana. Porém, Joana estava demasiado cismática, pelo que, agravando-se o seu estado de saúde, morreu. E assim que nasce a Torre de Moncorvo, esta bela vila transmontana, tal como hoje a temos. E pensar que esteve a ponto de se chamar Terra de Joana…
Outra lenda…
Esta transcrita de um velho e desconjuntado cartapácio:
«Tem este lugar no alto dele ao pé da igreja uma fonte com uma grande nascente de água que nunca secou, donde os moradores se servem e regam as suas hortas no verão, chamando Fonte de Cabeça de Mouro, e dizem que por origem de seu nome e tradição que no tempo dos Árabes, quando dominavam estas terras, que achando-se um mouro e cristão fazê-lo por haver muitas víboras nestes contornos e temer que o mordessem ou que estivesse a água envenenada delas, o mouro facilitou, dizendo que tinha encantado todos os bichos venenosos em todas as terras que deste sitio (que é levantado e eminente) lhe estavam á vista, e seja verdade ou não esta tradição, a experiência o tem mostrado que, havendo neste sitio e no contorno imensidade de víboras, não há noticias que ofendesse a pessoa alguma»
“É por este tempo que acontece a história de amor, reza a lenda que à torre maior da Vilariça chegou, afogueada, uma jovem moura pedindo protecção a Mem Corvo. Este recebeu-a e ficou a saber que Pêro Antunes, um castelão das vizinhanças, a perseguia tenazmente”
“Obviamente que tamanha aproximação entre os jovens suscitaram uma paixão mútua e baptizando-se Zaida em Joana, eles combinaram o casamento. Porém, nas vésperas da boda, uma doença grave atacou a noiva, aliás a doença dos linhos, que grassava em parte da população”
“Quis ela saber porque Mem Corvo insistia no nome que lhe pusera, tendo ele confessado que amara uma sua prima assim chamada, só que a morte a levara ainda com 13 anos de idade. Tentou ele ainda afastar este temor da cabeça da noiva, mas ela começou a cismar que não passava da memória de um antigo amor de Men Corvo”.
Revista Raízes
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(Henrique Martins)
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