Pedro Rego é um fotógrafo e vídeografo brigantino que quer voltar à Antárctida para conseguir acabar o que da primeira vez não conseguiu.
Em Janeiro de 2018 rumou a este continente na região polar do Sul para dar corpo a um projecto que o próprio imaginou: “Antárctida nos Confins do Mundo”. Por motivos de saúde não conseguiu recolher todas as imagens que precisava e agora, um ano depois, surgiu a oportunidade de lá voltar através de um concurso promovido pela empresa que faz estas expedições e lançado no âmbito dos 20 anos que está a celebrar. Pedro já só está a competir com uma participante do Canadá e se ganhar poderá voltar ao sitio onde adoeceu para finalizar o projecto. “Principalmente na Antárctida estamos muito longe de tudo o que é a chamada civilização. Estávamos a três dias de um hospital, do Ushuaia, que é a zona mais próxima habitada e não se pode regressar assim por um motivo ou por outro e tive que aguentar. Às vezes o destino tem destas coisas e espero que me seja favorável na vitoria deste concurso, é um prémio muito bom que ronda os oito mil euros. Tudo se conjugou bem porque esta viagem é precisamente ao sitio onde fiquei doente e onde as filmagens falharam mais. Era mesmo a situação perfeita para conseguir terminar o trabalho”.
Além da “Antárctida nos Confins do Mundo”, que Pedro Rego poderá lançar se recolher as imagens que ainda precisa, tem um primeiro projecto chamado “Polo Norte: O Degelo Final”, em livro e documentário, resultante da expedição ao Polo Norte. Além destes, há um outro, que está a ser editado e é sobre a viagem que fez às planícies do Serengueti, na Tanzânia. Será terminado após visitar e recolher imagens no Botswana e Namíbia, em África. Segundo o fotografo, o pretexto é alertar para o que as alterações climáticas estão a fazer ao mundo. “O principal objectivo deste trabalho é ir às escolas e falar com os alunos, de todas as idades, e transmitir-lhes aquilo que eu vi e uma preocupação ambiental para que tenhamos um futuro melhor na Terra. Nós se calhar já nem tanto, preocupa-me sim os meus filhos, os nossos filhos e netos. Nós temos que lhe dar a possibilidade de terem um mundo bom onde possam viver”.
Viajar até estes sítios, tão imagináveis a quase todos nós, acaba por ser fabuloso, segundo as palavras do fotografo, mas é também bastante complicado. “A preparação é difícil, tem que se preparar tudo com bastante cuidado, primeiro porque não há margem de erro nem se pode errar porque temos poucos dias para lá estar, porque não há orçamento para mais. É uma preparação que demora três/quatro meses a fazer. A viagem à Tanzânia não demorou tanto tempo a preparar mas a do Polo Norte foi muito custoso. Depois, estar nesses sítios é fabuloso e transporta-nos para um mundo quase surreal mas para quem vai em trabalho é penoso porque não há momentos de descanso e esta-se sempre com o olho atrás da câmara para nada falhar”.
O contacto com a fotografia surgiu na época do filme e intensificou-se em 2001 quando comprou a primeira máquina digital. Em 2006 comprou a primeira máquina semi-profissional e foi a partir daí que começou a caminhar de forma profissional na área da fotografia. Pedro Rego nasceu e vive em Bragança e desde 2012, quando abandonou a profissão de professor de educação física, por falta de oportunidades, abraçou a profissão de fotografo e videografo de natureza.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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