As festas das nossas aldeias, porque queremos e assim está instituído, têm a maior riqueza nos encontros...
“a vida é feita de encontros e desencontros”…
Um dos encontros obrigatórios é o das festas da aldeia, de todas as aldeias portuguesas…
Todos os que podem, estejam em que cantinhos do mundo estiverem, reservam sempre uns dias para virem às suas origens.
Não procuram grandes espectáculos nem grande confusão. Só exigem que a cerveja esteja fresca. Procuram aquela paz de espírito… uma vez por ano. Procuram aquele espaço onde são conhecidos pela alcunha e onde não passam despercebidos…
O…? Já veio? Já, vi-o ontem à noite e já estava com uma ramada... Procuram poder gritar... VALE SEIS!...NOVE... DOZE! acabe-se o jogo...
E depois, de tarde… há o espaço da saudade…na esplanada do tasco, onde se desfilam vidas sofridas, anseios, desilusões e…mais uns copos…e estórias e histórias. E gabarolices quanto baste.
Já só me faltam 4 anos para vir de vez...
Já há 5 anos atrás tinhas dito o mesmo...
Um murro bem dado na mesa faz abanar os copos... e a mesa. Bóta mais uma rodada para todos. Dá chupa-chupas aos garotos e de beber aos que estão aí dentro. Bóta uns tremoços e uns amendoins e bebe uma também.
As terras de cultivo vão ficando abandonadas, secas, sozinhas como a alma das gentes mais velhas…
Os mais velhos juntam à alegria momentânea da terra, da GENTE, a lágrima escondida e a raiva sentida de saberem que, provavelmente, pertencem à última geração que vai fazer um esforço para manter vivas as nossas aldeias.
Será que…quando os nossos avós partirem…voltaremos à terra? Eles mereciam que assim fosse e tudo fizeram por isso.
E nós?...faremos a nossa parte.
E A NOSSA MEMÓRIA?...
O Cão…sou eu e todos os que se deslumbram com os hipermercados em detrimento da horta, da faceira e do mata-porco.
Mas... há sempre um mas... a maioria dos "agricultores" das nossas aldeias só o são porque estão reformados das atividades que exerceram durante 30, 40 anos ou mais, longe... muito longe nas grandes urbes ou na Diáspora. Agora é um entretém... Fugiram da terra porque queriam MAIS,
O que lhes enche a mesa e lhes dá qualidade de vida é a reforma de que usufruem.
O resto... AINDA É CONVERSA.
Deixará de ser conversa quando o governo apoiar financeiramente OS JOVENS que querem manter-se, ou ir, para a aldeia, dinamizar, cultivar, recuperar e reconstruir. Cuidar!!!
Se o apoio fosse o mesmo que se dá à VADIAGEM e aos parasitas já não seria mau. Se fosse uma parte ínfima do que vai para os Bancos e nos é roubado pelos políticos corruptos e pelos afilhados, pelos funcionários públicos (mormente dirigentes e técnicos superiores), corruptos e corrompidos pelas poderosas empresas e que envergonham o Estado e a Sociedade, as aldeias seriam oásis.
Biliões em fuga ao fisco. Tráfico de influências... aldrabices, falsificações. Polícias, Juízes e Governantes sem nível e sem moral.
Ainda não é tarde. Nunca é tarde e é sempre tempo para agir e mudar! Mas, em Portugal, parece que nunca é tempo para fazer JUSTIÇA!
Meu caro senhor e bom conterrâneo,eu não emigrei, mas migrei para a selva urbana a Sul, fui soldado de Abril, e isso foi a experiência social e militar mais enriquecedora que me podia ter acontecido, quanto ao tema muito bem tratado pelo senhor,a minha gratidão pelo facto e, deixo aqui o meu contributo que já data de há mais de vinte anos como reforço e solidariedade,aqui fica é da minha humilde lavra: "Este país está infestado de ladrões de colarinho branco e muitos ratos de caserna / alguns destes vão parar à pildra àqueles outros ninguém lhes passa a perna"
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