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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 8 de agosto de 2020

OS TRÊS “Fs” DE D. PEDRO E DE SALAZAR

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


Dizem que D. Pedro do Brasil, quando invadiu Portugal, desembarcou em Mindelo, e sentiu fome. Distanciou-se um pouco dos militares e chegou a pequena povoação, onde havia boteco.
Entrou, e perguntou ao taberneiro o que havia de comer:
- Fanecas, fritas e frescas! …
D. Pedro abancou-se e comeu as fanecas com boa broa, regadas com bom vinho verde.
Na hora de pagar, verificou que não trazia dinheiro.
Não se atrapalhou. Dirigiu-se ao tasqueiro, e disse-lhe:
- “Agora as fanecas têm mais um “ F”: fanecas, fritas, frescas e fiadas…”
Desconheço a reação do homem…Nem se o Imperador chegou a pagar a ligeira refeição….
Quando era moço – e mesmo muito mais velho, – havia o hábito de dizer, que Salazar, era o homem dos três “Fs”.
Os detratores do Presidente do Conselho, afirmavam, que o estadista, alienava o povo, com: Fátima. Fado e Futebol.
Como se sabe, a religião, é muitas vezes paliativo para as dores deste mundo. O Fado, convida à resignação, e o Futebol, é o ópio do povo: a arena dos gladiadores da velha Roma.
E se havia exagero, havia, também, fundo de razão.
Ora o tempo passou. Passaram, igualmente, os detratores do Homem, que governou, com mão de ferro, Portugal. Chegou: a liberdade, a democracia, e o direito à indignação. Não passaram, porém, os Fs…
Se a religião perdeu interesse, para os políticos (pelo menos em Portugal,) já o Fado, transformou-se em festivais, onde a juventude dá larga ao entusiasmo; e de Futebol… nem é bom falar…
Se outrora, Eusébio, brilhava, agora é o Cristiano. Só que Salazar (seria por economia?) não colocava ecrãs de TV, na via pública, nem “adormecia” o povo, como agora se faz, com o desporto, em muitos países.
Quem não tinha aparelho de TV, ia à cafetaria ou ao clube, assistir ao jogo. Que era mestre, em dar aquilo que o povo gosta, para esquecer as angústias da vida, é verdade incontestável.
Mas, agora, (talvez aprendessem com ele) os três “Fs” continuam em voga; e continuam com força, que não há memória…
E há-de continuar, porque quem governa, desde tempos ancestrais, precisa sempre de: circo e instrumentos para apaziguar os ânimos exaltados…
Infelizmente ou felizmente, poucos conseguem ver isso; a maioria não atinge o que se esconde por trás das palavras inflamadas, dos gestos teatrais e dos atos conciliadores…
A bacoquice e a pacovice andam de mãos dadas…

Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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