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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 22 de agosto de 2020

QUAL A DIFERENÇA ENTRE MOCHO E CORUJA?

 Em Portugal são sete as espécies de aves de rapina nocturnas. Mas qual a diferença entre mocho e coruja? E o bufo-real e o bufo-pequeno, onde ficam? Torne-se um perito com as dicas da investigadora Inês Roque.

A riqueza de rapinas nocturnas no nosso país assenta em sete espécies: três corujas (coruja-do-nabal, coruja-do-mato e coruja-das-torres); dois mochos (mocho-galego e mocho-d’orelhas); e dois bufos (bufo-real e bufo-pequeno).

Todas são indicadoras de ecossistemas equilibrados e de grande valor biológico. Fazem controlo natural de pragas de micromamíferos e insectos e, como são predadores de topo, ajudam à sustentabilidade das populações das suas presas.
Coruja-das-torres. Foto: Edd Deane/Wiki Commons

Mas qual a diferença entre mocho e coruja? E os bufos? 

“Em termos gerais, poderíamos dizer que os mochos são as aves de rapina noturnas de pequeno porte, as corujas são as de médio porte e o bufo é a maior das aves de rapina noturnas”, explica Inês Roque, investigadora do Laboratório de Ornitologia – Universidade de Évora.

Mas a resposta nem de longe é assim tão simples e o tamanho não é o critério que as distingue.

“O critério do tamanho é inviabilizado pelo bufo-pequeno, que é sensivelmente do tamanho da coruja-das-torres.”
Coruja-do-nabal. Foto: Steve Garvie/Wiki Commons

Algumas rapinas noturnas têm penachos auriculares, que são penas longas localizadas junto ao ouvido e que parecem orelhas. Tal é o caso do bufo-pequeno e do bufo-real.

Mas, mais uma vez, este critério não serve para distinguir os bufos das outras rapinas nocturnas. “Este critério é inviabilizado pelo mocho-d’orelhas, uma espécie migradora que está em Portugal a partir de maio, que é sensivelmente do tamanho do mocho-galego e que também tem “orelhas”. E não é um bufo”, acrescenta Inês Roque.
Bufo-real. Foto: Dick Daniels/Wiki Commons

Há ainda o critério da cor dos olhos.

“Em geral, as corujas têm olhos pretos, os mochos têm olhos amarelos e os bufos têm olhos cor-de-laranja.”

“Só que depois temos a coruja-do-nabal, outra espécie migradora que está em Portugal a partir de outubro, que tem olhos amarelos (e não é um mocho).”

Conclusão: “os nomes comuns são apenas isso, não podem ser associados a uma característica específica e não têm valor taxonómico”, diz Inês Roque. Podem variar de acordo com a cultura local. Por exemplo, o bufo-real também pode ser chamado de mocho em algumas regiões de Portugal.

Saiba mais. 
Conheça estes números sobre as populações das sete espécies:

Coruja-das-torres (Tyto alba):
Residente
Estimativa populacional: 5.700-8.100 casais
Tendência negativa
Estatuto: Pouco Preocupante

Mocho-d’orelhas (Otus scops):
Estival
Estimativa populacional: 3.500-7.700 casais
Tendência negativa
Estatuto: Informação Insuficiente

Bufo-real (Bubo bubo):
Residente
Estimativa populacional: 380-580 casais
Tendência incerta
Estatuto: Quase Ameaçado

Mocho-galego (Athene noctua):
Residente
Estimativa populacional: 58.000-137.000 casais
Tendência negativa
Estatuto: Pouco Preocupante

Coruja-do-mato (Strix aluco):
Residente
Estimativa populacional: 8.000-15.000 casais
Tendência incerta
Estatuto: Pouco Preocupante

Bufo-pequeno (Asio otus):
Residente
Estimativa populacional: 200-1.000 casais
Tendência incerta
Estatuto: Informação Insuficiente

Coruja-do-nabal (Asio flammeus):
Invernante
Estimativa populacional: 100-160 indivíduos
Tendência não disponível
Estatuto: Em perigo

Estimativas populacionais: Lourenço et al.2015. Current status and distribution of nocturnal birds (Strigiformes and Caprimulgiformes) in Portugal. Airo 23: 36-50.

Tendências populacionais: GTAN-SPEA, 2017. Relatório do Programa NOCTUA Portugal (2009/10 – 2016/17). Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Lisboa (relatório não publicado).


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