A maldição que caiu sobre a estrada nacional Nº 218, especialmente sobre o troço de cerca de dez quilómetros que liga Vimioso e Carção, já dura à mais de um século e, se nada for feito para a esconjurar duma vez por todas, promete arrastar-se por, pelo menos, mais outro século, estrada esta que, como se de um filho não desejado se tratasse, nunca foi bem aceite e, manifestamente, foi sempre vista como um mal necessário, que se suporta mas nunca se ama.
Porque um mal nunca vem só, esta mesma maldição foi tão forte, que acabou por estender-se à estrada Nº 317, concebida para, sem passar por Bragança, ligar diretamente Macedo de Cavaleiros a Miranda do Douro, seguindo depois por terras de Sayago, até Zamora, Salamanca e Madrid esta, ao que constou, vítima de interesses instalados na cidade de Bragança, que numa visão míope e canhestra da realidade, se julgou ferida no seu estatuto de capital do distrito e altamente prejudicada, por perder muito do movimento de pessoas e de mercadorias de e para a Espanha. E a vingança, injustificada e cruel, não se fez esperar.
Inserido no primitivo projeto dos tempos das carroças e dos carros de bois e estupidamente encravado junto ao rio Maçãs, só nos anos sessenta seriam rasgados os cerca de seis quilómetros do troço que faltava para ligar Vimioso a Carção. Este troço, não se sabendo se por incompetência, incúria ou malvadez, (quem sabe se por todas estas causas, ou talvez para poupar meia dúzia de tostões), acabou por ser construído pelo pior sítio, mantendo-se inacabado anos a fio, sem condições mínimas de comodidade e de segurança e, enquanto tal, sem capacidade de resposta para o muito que, já naquela época, dele se esperava e exigia, perigoso no verão ofuscado por nuvens de poeira à passagem de qualquer viatura e, muito pior que isso, totalmente intransitável no inverno, meses a fio transformado numa autêntica pista de gelo, quando não num lodaçal completamente intransitável.
Entretanto, vinda de Macedo de Cavaleiros, chegou a Carção a também muito aguardada estrada nacional 317 que, como referido, seria previsto ligar Macedo a Miranda só que, pasme-se, ninguém se lembrou que era preciso fazer uma ponte sobre o Sabor para ligar Izeda a Santulhão, mas aqui a miséria foi bem pior.
Só depois de muitos pontões provisórios de madeira serem levados rio abaixo nas primeiras enxurradas do inverno, de acidentes com vítimas mortais, de transito reduzido aos tratores agrícolas e carros pesados que no Verão se aventuravam passar pelo açude e a algumas viaturas ligeiras cujos condutores se aventurassem a atravessar pela multisecular ponte românica, de difícil acesso à entrada e enorme risco à saída, (e disto, por experiência própria e com pleno conhecimento, posso eu testemunhar a aventura e o risco que era, mesmo com um automóvel de gama média, fazer por ela a travessia do rio), dificuldades e riscos assumidos apenas para reduzir a menos de metade o tempo e os quilómetros percorridos indo por Bragança.
Porque um mal nunca vem só, esta mesma maldição foi tão forte, que acabou por estender-se à estrada Nº 317, concebida para, sem passar por Bragança, ligar diretamente Macedo de Cavaleiros a Miranda do Douro, seguindo depois por terras de Sayago, até Zamora, Salamanca e Madrid esta, ao que constou, vítima de interesses instalados na cidade de Bragança, que numa visão míope e canhestra da realidade, se julgou ferida no seu estatuto de capital do distrito e altamente prejudicada, por perder muito do movimento de pessoas e de mercadorias de e para a Espanha. E a vingança, injustificada e cruel, não se fez esperar.
Inserido no primitivo projeto dos tempos das carroças e dos carros de bois e estupidamente encravado junto ao rio Maçãs, só nos anos sessenta seriam rasgados os cerca de seis quilómetros do troço que faltava para ligar Vimioso a Carção. Este troço, não se sabendo se por incompetência, incúria ou malvadez, (quem sabe se por todas estas causas, ou talvez para poupar meia dúzia de tostões), acabou por ser construído pelo pior sítio, mantendo-se inacabado anos a fio, sem condições mínimas de comodidade e de segurança e, enquanto tal, sem capacidade de resposta para o muito que, já naquela época, dele se esperava e exigia, perigoso no verão ofuscado por nuvens de poeira à passagem de qualquer viatura e, muito pior que isso, totalmente intransitável no inverno, meses a fio transformado numa autêntica pista de gelo, quando não num lodaçal completamente intransitável.
Entretanto, vinda de Macedo de Cavaleiros, chegou a Carção a também muito aguardada estrada nacional 317 que, como referido, seria previsto ligar Macedo a Miranda só que, pasme-se, ninguém se lembrou que era preciso fazer uma ponte sobre o Sabor para ligar Izeda a Santulhão, mas aqui a miséria foi bem pior.
Só depois de muitos pontões provisórios de madeira serem levados rio abaixo nas primeiras enxurradas do inverno, de acidentes com vítimas mortais, de transito reduzido aos tratores agrícolas e carros pesados que no Verão se aventuravam passar pelo açude e a algumas viaturas ligeiras cujos condutores se aventurassem a atravessar pela multisecular ponte românica, de difícil acesso à entrada e enorme risco à saída, (e disto, por experiência própria e com pleno conhecimento, posso eu testemunhar a aventura e o risco que era, mesmo com um automóvel de gama média, fazer por ela a travessia do rio), dificuldades e riscos assumidos apenas para reduzir a menos de metade o tempo e os quilómetros percorridos indo por Bragança.
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