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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Bragança: o Solar Bragançano e a afamada sopa de castanhas

 Tudo o que chega às mesas do Solar Bragançano vem de tradição familiar. Desidério Rodrigues abriu este restaurante onde se come a afamada sopa de castanhas em 1986, com Ana Maria Batista, sua mulher.

Sopa de castanhas do Solar Bragançano. (Rui Manuel Ferreira/Global Imagens)

Desidério mantém na memória os sabores da casa de lavoura onde cresceu, em Varge, uma aldeia a poucos quilómetros de Bragança. Na altura, “não havia em abundância técnicas de conservação”, lembra. Cada época tinha a sua especificidade. “No inverno, eram os nabos, as nabiças, as couves e a caça. Na primavera, começava a preparar-se a horta para as plantações que se colhiam no verão e comia-se o que se tinha conservado”, conta, “mais frutas e aquilo que a casa dava: cordeiros, cabritos, patos, galinhas. No princípio do verão já havia muita vida na terra, colhiam-se alfaces, cenouras…”.

As castanhas só começam a aparecer por esta altura. “Aqui, como é montanha, os ouriços abrem mais tarde. Lá em casa, havia sempre um pote ao lume a cozer. Mas sopa de castanhas, fazia-se só de vez em quando, não era muito rotineiro”.

Já no restaurante, as castanhas que sobravam da alimentação dos porcos, mortos nos inícios de janeiro, ficavam para lá esquecidas e eram guardadas “até se aguentarem”. E ficavam piladas (secas). “Começámos a fazer sopa dessa maneira pois as castanhas já não serviam para nada. E assim nasceu há mais de 30 anos esta sopa que leva ao restaurante transmontano comensais de vários pontos do globo. Espanhóis, ingleses, franceses não passam pelo restaurante sem comer a afamada sopa.

Agora, há sopa na ementa o ano todo, “desde que surgiu aqui a empresa Sortegel”, que se dedica principalmente à congelação da castanha da região. E rapidamente “começou a ser muito famosa, a aparecer na televisão. Deu a volta ao mundo”, conta Desidério.

O resto da ementa mantém-se tradicional. “O que está na carta agora é praticamente igual ao que tínhamos no início”, conta Desidério. Aqui, onde não há chef de cozinha, utiliza-se o máximo de produtos locais, que em utensílios como potes de ferro vão cozinhando lentamente à volta do lume, em estufados e cozidos, sendo a brasa reservada para os nacos de carne e os enchidos, que também ali não faltam. O arroz de lebre, a perdiz com puré de marmelo e maçã são algumas das outras sugestões que enchem as mesas e confortam no frio transmontano.

Leituras à lareira

O restaurante tem um ambiente charmoso, com várias lareiras, e revistas e livros que Ana Maria, que foi professora, gosta de guardar e partilhar – muitos deles autografados, memórias de escritores famosos que por lá passaram, como o nobel irlandês Seamus Heaney.

LEGENDA:

Sopa de castanhas

A cremosa sopa de castanhas do Solar Bragançano é feita com a castanha da região transmontana, mas leva muito mais do que isso. Desidério não desvenda os segredos, mas diz que para a panela entram também muitos produtos da horta.

Solar Bragançano
Praça da Sé, 34, Bragança
Tel.: 273323875
Web: facebook.com/solarbragancano
Das 12h às 15h e das 19h às 22h. Encerra à segunda.

Luísa Marinho

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