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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

A Família

 Quem teve a oportunidade de acompanhar as transformações que aconteceram neste país, desde meados do século XX até hoje, poderá pensar, com natural constatação e compreensível admiração, que teve a oportunidade de viver em dois mundos antagónicos: o mundo da família estruturada e o mundo da família desestruturada, bem como o mundo do interior e o mundo dos subúrbios das grandes cidades, nomeadamente do litoral.
Falando da família, se bem que, em muitas zonas do país, ainda possamos encontrar agregados familiares, onde a coesão se rege por valores humanos (amor, respeito, educação, lealdade, sentido de justiça, honestidade, sinceridade, solidariedade, resiliência, responsabilidade, tolerância…), noutras, não existe já o elo que aqueles valores criavam, para dar lugar a outro, fundamentado em valores originados, essencialmente, numa tão apregoada liberdade que a ela pode ser imputado tudo quanto de alegadamente errado se implantou e vem crescendo.
É por isso que se torna necessário compreender a liberdade. É verdade que, após o 25 de abril de 1974, se falou muito nela. Mas, apesar de exaustivamente explicado, muitos não interiorizaram ainda este conceito.
É por isso que, para eles, ser-se livre é fazer o que se quer. Porém, quem assim pensa está bem longe de saber o que é ser-se livre! É neste contexto, que aparecem valores contraditórios dos acima registados, como, por exemplo: falta de amor e de amizade; falta de respeito e falta de educação, de disciplina, de solidariedade, de responsabilidade, falta de perseverança e de sinceridade, de humildade e de sentido de justiça, de integridade e de lealdade…
Vejamos, então, o caos que se instalou na família, não só pelos divórcios e pela disputa dos filhos de menor idade (divergências principais, por vezes intoleráveis), como ainda pela divisão dos bens materiais! Nestas circunstâncias, qual o papel do amor, do respeito, da sinceridade, da tolerância, da responsabilidade, da paciência e do sentido de justiça?
Todos estes comportamentos geram instabilidade, descrença e desilusão; originam profundas marcas de ansiedade e de incerteza, sobretudo nos filhos que, não compreendendo o que se passa à sua volta, irão sentir-se amargurados, não só pela quebra dos laços criados no ambiente familiar, como também pelo que os espera no futuro!
Sendo a família a primeira responsável pela educação dos filhos, a ela cabe transmitir-lhes valores e normas que irão orientá-los na vida. Compete à comunidade e à escola o desenvolvimento e o aperfeiçoamento do que a família começou. Bem integrados na sociedade, nela vão pôr em prática o que aprenderam neste primeiro percurso de vida.
Mas, sobejamente conhecido, só excecionalmente os traumas criados no caos familiar não deixarão de ser grandes responsáveis pela orientação de quem os sofreu, e condicionar as várias etapas da sua vida, pela influência no moldar o caráter, nas hesitações, em más decisões, nos medos e na insegurança!

Manuel António Gouveia

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