Número total de visualizações do Blogue

Pesquisar neste blogue

Aderir a este Blogue

Sobre o Blogue

SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 10 de abril de 2022

“Era o Mário Morais” | Romanceiro de Trás-os-Montes

 
Era o Mário Morais

Era o Mário Morais
E vivia com seus pais
Que eram gente de dinheiro.
Era de filhos, sozinho,
Davam-lhe muito carinho,
Por ser o único herdeiro.

Quando à mesa de sentavam,
Sempre lhe recomendavam
“Não cases com mulher pobre
Arranja esposa de bens.
Com aquilo que já tenha
Serás mais rico e mais nobre”.

Esta recomendação
Feria o seu coração,
Àquele rapaz tão nobre.
Que ele sem ninguém saber
Jurara até morrer
Casar com Beatriz, que era pobre.

Mas naquela freguesia
Uma outra família havia,
Que era gente de dinheiro
Combinou-se o casamento
E a toda a hora e momento
Viam-se o dia inteiro.

Quando iam para a igreja,
Beatriz veio à janela
Ver o seu Mário querido.
Sorria sem ter inveja
E Mário olhou para ela
E ficou muito comovido.

Quando na igreja entrou
Ao altar se ajoelhou
A pensar em Beatriz.
Levantou-se extraviado
“Antes de estar casado
Não quebro a jura que fiz”.

No seu carro então entrou
E à pressa se atirou
Para casa de Beatriz.
Mas quando à porta chegava
Já a família gritava
A morte da infeliz.

Ao seu peito de abraçou
E o nome dela gritou
Como um menino perdido.
Quando os foram separar,
Não puderam evitar
Pois já tinha endoidecido.

In Monografia do Concelho de Ribeira de Pena, 1995 | Imagem (meramente ilustrativa): Festas de São Gualter – Guimarães – 1910

Sem comentários:

Enviar um comentário