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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 20 de março de 2025

A AMIZADE DE CÃES E GATOS, PELOS DONOS

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

São frequentes os casos de amizade de cachorros, pelos donos, mas de gatos, como o " Principe Galfield", são raríssimos.
No mês de janeiro do presente ano, na cidade da Povoa do Varzim, faleceu o Senhor Bernardino Pereira. Seu gato ficou contristado e cheio de dor.
Dias depois, a Senhora Susana Vilar – funcionaria do cemitério, – deparou sobre a sepultura do Senhor Bernardino, bonito e gordo bichano, de cor amarela, dormitando.
Como o gato permanecesse sobre a campa, não mostrando intenção de sair, a Senhora Susana, enternecida, condoeu-se, dando-lhe de comer.
Soube a família do Senhor Bernardino, o que aconteceu e, resolveu deixá-lo ao cuidado da Senhora Susana, contribuindo nas despesas de alimentação.
Considero, este caso, inédito, por se tratar de um gato; já que são vulgares com cachorros, como a amizade do Argus, por Ulisses. Certa vez, este,teve que partir para a guerra Regressou após dez anos de aventuras, Vinha desfigurado, velho, irreconhecível, mas quando o Argus o viu, saltou de contentamento e, tal foi sua alegria, que morreu.
Também Adolfo Destroyes, conta, no semanário parisiense: " La Mosaique", em 1874, a história de " Moustaphá".
Uma noite o cachorrinho apareceu coberto de ferimentos e enlameado, a Roberto. Compadecido, lavou-o e tratou das feridas.
Durante anos foram alegres companheiros, até que " Moustaphá" foi atacado de horrorosa doença. Roberto resolveu afogá-lo no Havre, mas ao fazê-lo caiu-lhe o bonito boné grego, que trazia. Fez tentativas para o reaver, mas foram infrutíferas. Regressou taciturno, talvez corroído de remorsos.
Pela madrugada sentiu que mexiam na porta da rua. Levantou-se, sonolento. E o que viu? O “Moustaphá“, ensanguentado e enlameado, com o boné entre os dentes.
Atirou para o dono um olhar de amargura e dando um grito de aflição, morreu.

Agora um caso verídico:

Em 1850, faleceu o Senhor Gray. Após o funeral, desapareceu o Boby. Encontraram-no, mais tarde, no bar, onde o dono, ás quartas-feiras, tomava o pequeno almoço, na companhia do cão, dando-lhe sempre um bolo.
Os empregados ao ver o cachorro, tiveram compaixão e enternecidos deram-lhe o habitual bolo; estranhamente não o comeu, mas levou-o na boca.
Curiosos, os empregados, seguiram-no e, ficaram varados quando o viram dirigir-se para Greyfriare, e sentando-se na sepultura, onde estava o dono, comeu-o morosamente.
Embora fosse proibido aos animais permanecerem no cemitério, abriram exceção, ao dedicado animal. Boby morreu em 1872.
Foi erguido uma estátua, em Edimburgo, em sua memória.
Se o felino da Povoa vivesse em Inglaterra, talvez se levantasse um monumento, mas vive em Portugal, e não creio, que o Município, nem a população, pense em tal.


Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG” e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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