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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite, Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 21 de março de 2025

Alunos da Universidade Sénior de Macedo de Cavaleiros protagonizaram uma performance no dia do Pai

 “Este mundo está todo ao contrário”! “Precisamos de um mundo com paz e sem guerras”! “Esta é a torre Eiffel, que me diz muito, porque passei quase toda a minha vida em França” foram algumas das frases que os alunos da Universidade Sénior de Macedo de Cavaleiros usaram, na performance teatral, que foram protagonistas, e de forma a celebrar o Dia do Pai, e que mostram a alguns utentes de centros de dia do concelho.


O espetáculo surge no contexto de dois dias de trabalho, e na reta final da exibição da “Exposição Mente. Sente?” que esteve patente no Museu de Arte Sacra, desde 6 de dezembro, em Macedo de Cavaleiros.

“Um momento em que mostraram emoções, a sua história de vida e a sua “verdade”, como contou muito emocionada, Bela Oliveira, que é aluna há 9 anos e que contou que esta universidade foi o melhor que lhe aconteceu na vida:

“Espetacular. Emocionei-me e muito, porque são muitas emoções que transmitimos. Eu representei a minha mãe, que me deu vida e o ser que tenho hoje. E sou muito grata por ela, apesar de hoje ser o dia do pai, porque também foi muito importante para mim. Mas a minha mãe mais, porque me deu vida. E e todos os colegas dissemos um pouco da nossa verdade. Todos sentimos muito estas emoções. Nós já estávamos há dois dias a preparar isto. Foi muito pouquinho. Mas a professora Inês convidou-nos para este fim. E de facto foi extraordinário. E nunca tive tanta emoção na minha vida. Já tive algumas sim, com os meus filhos, mas hoje foi espetacular”.

Já o público era composto por utentes de centros de dia, como do Lar de Grijó e também da Santa Casa da Misericórdia de Macedo de Cavaleiros, que apreciaram a iniciativa:

“Sim, gostei”, contou Maria Artilheiro de 96 anos.

“Gostei, sim senhora. Porque é o dia do nosso pai, que já faleceu há muitos anos e hoje mesmo rezamos por ele”, disse Ana do Fundo, de 83 anos.

“Gostei muito, porque vamos para idade e gostamos”, confidenciou Maria Pinto de 90 anos.

O desafio foi feito pela professora Inês Falcão, a quem coube a direção artística da exposição, que considera que têm que ser realizadas mais ações com a Universidade Sénior:

“Penso que nós temos que fazer mais atividades deste género, a nível da arte e da componente artística, com a mente a aquilo que sentimos. Porque é uma emoção forte que nos toca um bocadinho a todos. Dentro daquilo que se está a passar a nível global e a nível do país, estes momentos fazem-nos pensar, duas três, vezes. E até levar aos mais jovens estes espetáculos e performances”.

O trabalho foi dirigido por Tânia Oliveira Pires com os alunos, que desenvolveu práticas artísticas para obter paz interior. Um momento livre de interpretação:

“É que nós diariamente somos obrigados a ser pouco emotivos, não é? Parece que temos que controlar tudo aquilo que sentimos e as emoções. Ou porque parece mal, ou porque temos que estar sempre congelados. E aqui o objetivo era o oposto, era a pessoa poder libertar-se. Poder ser aquilo que é. Porque é isso que nos torna humanos e transforma a humanidade. Ou seja, criamos aqui um coletivo de pessoas, que têm uma história, e que a pode partilhar e sentir. Ser livre. A nível expressivo. Ser ela própria, desenvolvendo a sua própria autenticidade. Este workshop vem neste contexto, também na saúde mental, que é tão importante nos dias de hoje. E a meu ver, para haver saúde mental, tem de haver a procura de autenticidade e da pessoa ser mais livre”.

A capacidade criativa destes alunos é muita:

“Têm tanto para dar e nós podemos aprender tanto com eles. E podemos ajuda-los a viver a sua terceira idade da melhor forma, porque ainda há muita vida para viver”.

Também a vereadora da Área Social, Coesão Social e Bem- Estar do município de Macedo de Cavaleiros, Susana Viana, esteve presente, e não ficou indiferente:

“A Arte na Saúde mental. E os alunos trouxeram de si, a sua vida, as suas vivências, e aquilo que projetam para o futuro. Todos nós transportamos uma vida, não é? E, algumas partes da nossa vida são dolorosas e são difíceis de transmitir em palavras e houve alguns alunos que se remeteram ao silêncio, mas pela sua expressão conseguimos perceber qual era a mensagem que queriam transmitir”.

Um trabalho dirigido pela artista plástica Tânia OP (nome artístico) que investiga práticas artísticas de paz interior, com a professora Inês Falcão, em parceira com o Município de Macedo de Cavaleiros.

Escrito por Rádio ONDA LIVRE

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