Esta é a opinião de dois empresários que fazem a exploração de dois espaços de restauração, próximos dos espaços de lazer.
Paulo Carvalho, que é o concessionário do Bar da Praia do Azibo, há quase 15 anos, e este ano deu trabalho a cerca de 10 pessoas, menos do que o ano passado, porque não teve tanta afluência.
O proprietário assegura que teve uma quebra de 30 a 40% de clientes este ano, na Praia da Ribeira, e em parte culpa a instalação do pórtico, com a implementação da taxa ecológica, que aconteceu no início do mês do ano passado:
“Correu mal, foi muito fraco. É aquilo que eu acho, que correu mal. Não veio muita gente.
Agora, qual foi o motivo de não terem vindo? É um bocado subjetivo, não é? Pelo menos do nosso lado e daquilo que me compete a mim falar, pode ter a ver também com os pórticos, que havia muita gente a chegar à entrada e virar para trás. Aquilo que aconteceu este ano, muita gente chegar à entrada e ir embora. Ou, talvez no dia seguinte já não voltaram. Pessoas que vinham para ver, chegavam ali e iam embora, não sei. Não é muito, não sei mesmo o que teria passado. Mas as expectativas ficaram muito abaixo. ”
E também acrescenta que não está contra a instalação do mesmo, só não concorda com a sua localização:
“A medida importante a implementar seria a colocação do pórtico em locais próprios e adequados.
Até mesmo os próprios agricultores vão para as suas terras, tem que chegar ali e ter um comando para abrir o pórtico. Agora, os pórticos deviam estar colocados, já disse isso, desde a altura que foram colocados, deviam estar colocados, em parques próprios e não numa visita a uma praia, numa pessoa vai dar uma volta, e ter que pagar só por ir visitar. Ou só para ir tomar um café, ou por ir ver.”
O empresário com atividade em restauração há 30 anos, reitera que na sua opinião o pagamento na praia não faz qualquer sentido:
“Entrar num espaço público e ter que pagar, para mim, acho que não faz sentido nenhum. Faz sentido e eu sempre disse, que deviam pôr a pagar, ou seja, que era uma rentabilidade para a Câmara. Por isso, para mim, não é retirar dos pórticos, seria a colocação dos pórticos em locais próprios, em parques de estacionamento adequados para isso, aí concordo.”
E ainda deixa um alerta:
“Eu disse o ano passado, que nós iríamos sofrer este ano, e nos outros consecutivos. Este ano, já começou e para o ano, se não fizerem nada, vamos ter o Azibo a zero.”
Também como crítica disse que relativamente à manutenção dos espaços verdes, garante que a relva não foi cortada durante o mês de agosto. Também destaca que na região há cada vez mais alternativas e esse também é um dos motivos pelos quais se registam menos visitas.
Também fomos ouvir a opinião de Filipe Pinto, proprietário de um espaço de restauração situado, na Praia da Pegada, que culpa a fraca adesão de veraneantes, pela notícia veiculada relativa à presença da E.coli na água que afugentou os visitantes:
“Foi um ano atribulado. Porque começamos mal. O julho foi fraco. E o agosto começou muito mal pelas notícias que acabaram por influenciar a vinda de turistas ao nosso território e penalizou bastante o turismo no Azibo. E também no alojamento foi refletido.
Os turistas não sentiram confiança para virem e com tanta notícia a falar mal das nossas águas.
As pessoas acabaram por se afastar e na incerteza de chegar aqui e ter que voltar para casa, muitos não vieram. O problema é que essa notícia acabou por influenciar o mês de agosto todo.
Recebemos muitos telefonemas ao longo do mês a perguntar se a água estava em condições para os banhos. E se não havia nenhum problema, se podiam vir ou não. Houve sempre essa incerteza. Ou seja, a boa informação tem dificuldade em chegar, mas a má informação chega rápido e dura muito tempo, e depois é difícil combatê-la.”
Também acrescenta que esta época balnear foi atípica e “que o Azibo não é alheio à crise mundial que se faz sentir”:
“As primeiras duas semanas foram muito fracas, comparativamente com o ano anterior, mas no geral, ou seja, faz-se sentir a crise que atravessa o mundo todo, e está se a fazer sentir, também na economia nacional. As pessoas estão mais encolhidas, têm menos poder de compra, e houve muito menos turistas, muito menos mesmo, e o Azibo não é exceção. Tivemos uma época mais fraca e atípica, e o que aconteceu com as águas, com a contaminação suposta da água, acabou por influenciar aqui o negócio.”
Já no ano passado, estes dois empresários asseguravam que houve diminuição no número de turistas, apesar de Filipe Pinto, garantir que teve uma boa época de vendas.
Este ano, também se sentiu a menor afluência de turistas, com menos emigrantes e visitantes.


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