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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Semear da Cultura de Um Povo

A diversão é a base de sustentabilidade dos Trasga, um grupo de música tradicional das terras de Miranda.
Divulgar e potencializar a cultura mirandesa, através da música, são, somente, algumas das premissas dos Trasga. Criado em 2006, este grupo de música tradicional é movido pela diversão proveniente das suas actuações ao vivo e de um convívio saudável entre os seus elementos.
Considerado um dos melhores grupos de música tradicional, originário do concelho de Miranda do Douro, os Trasga são constituídos por cinco músicos: Célio Pires, Sérgio Martins, Tiago Martins, Domingos João e António Garcia.
Sensibilizado para o projecto do Museu de Carção, o grupo quis contribuir para a angariação de fundos oferecendo um concerto de música tradicional à população. A receita de bilheteira reverteu, assim, para “a causa” que visa a construção do museu. O Salão Nobre da Casa do Povo foi demasiado pequeno para receber tanta gente. Com uma sala esgotada, a audiência permaneceu efusivamente atenta durante os 14 temas interpretados em cerca de uma hora e meia de concerto, naquela que foi a estreia do grupo em Carção. Momentos antes da actuação ter início, o Jornal Nordeste esteve à conversa com os músicos, que explicaram o surgimento da banda, o seu percurso, o mais recente trabalho e os objectivos para o futuro.
Grupo quis contribuir para a angariação de fundos destinados à criação do Museu de Carção
“Esta ideia de formar um grupo era já um bocado antiga. Mas nunca tivemos oportunidade de a concretizar devido à nossa condição profissional. Em 2006, decidimos transformar os Gaiteiros da Raia, um grupo de rua que já existia, num grupo de palco. Depois, transformámos alguns temas que já tínhamos e adaptámo-los para outros instrumentos e para vozes”, revela Célio Pires, o responsável pela composição dos temas. “Eu trato da composição, mas, depois, há sempre os toques de uns e outros para colocarmos a música a funcionar por todos. Temos cerca de oito originais, embora, tenhamos mais construídos”, esclarece o músico.
Dessa união de esforços, desenvolveram não só músicas tradicionais com alguns arranjos que lhe dão um toque de singularidade, como também músicas originais com novas sonoridades. E são instrumentos como a gaita-de-foles, a sanfona, a flauta pastoril, a pandeireta, a castanhola, o bombo, o acordeão e o bandolim que ajudam a satisfazer as delícias de um público-alvo cada vez mais numeroso.
“Os concertos são um misto de músicas tradicionais e músicas originais”
“Trasga ao vivo” é o último trabalho do vasto espólio musical desta banda do Planalto. Um álbum gravado na Páscoa de 2008 e que conta com 12 temas. “Foi um disco que nós gravámos ao vivo em Sendim, mais, até, para os amigos. Digamos que estamos a iniciar”, afirma.
Temas como Repasseado, Passacalhes, La Çarandilheira, La Lhoba Parda, Hourizontes, entre muitos outros, são já bem conhecidos entre os seguidores da música tradicional mirandesa. Contudo, o álbum não teve lançamento no mercado discográfico e Célio explica o porquê: “basicamente, o nosso objectivo era experimentar e fazer um disco para oferecer aos amigos. Nada mais do que isso”. Mas existe a ambição de gravarem um disco. “Isso ficará para um pouco mais tarde, quando houver mais condições, mas esse é o nosso objectivo fundamental”, desvenda.
As actuações têm sido, basicamente, em Portugal, sobretudo, no norte do país. A Europa será o próximo patamar, como o próprio porta-voz da banda revela, em tom de anseio. Mas o que realmente importa e faz mover em crescendo este grupo, é todo um divertimento inerente ao funcionamento dos Trasga, enquanto motor de uma cultura e de uma língua que não se querem esquecidas. “Nós fazemos isto, sobretudo, pela diversão. Tudo aquilo que venha por acréscimo, óptimo”, conclui Célio Pires.


Por: Bruno Mateus Filena

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