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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 20 de agosto de 2011

Alfândega da Fé: Entre a Serra e o Vale

Situado na vertente sudeste da serra de Bornes, o concelho de Alfândega Fé apresenta uma grande variedade de aspectos geomorfológicos que se distribuem entre a montanha e os vales do Sabor e da Vilariça.
Esta geografia confere a Alfândega da Fé uma grande variedade de motivos paisagísticos, sendo o Vale do Rio Sabor, a par do irrigado e fértil Vale da Vilariça, as paisagens mais emblemáticas deste território concelhio.
Mas Alfândega é também história, tradição, natureza e boa gastronomia.  Concelho com mais de 700 anos de existência, a origem de Alfândega da Fé é, no entanto, muito mais antiga. 
O toponímico Alfândega remete-nos para o período das invasões árabes da Península Ibérica, Alfandagh, palavra que significa local calmo e hospitaleiro, foi a designação que lhe atribuíram os muçulmanos, mais tarde aquando da reconquista cristã ter-lhe-á sido adicionada a palavra Fé.
No entanto, a sua verdadeira fundação é bastante anterior ao período romano, hipótese sustentada pela existência de inúmeros vestígios de povoamentos castrejos, em todo o concelho, como o Castro da Marruça (freguesia da Parada), Curral de Cerca (freguesia da Gouveia) ou o Castro S. Justa (freguesia da Eucísia). Há quem defenda que a vila foi sede de uma antiga ordem, muito anterior à dos templários e que a acção destes Cavaleiros foi decisiva no processo de reconquista Cristã da região. Tal facto deu origem a uma lenda que foi perdurando no tempo e que explica a fundação e actual designação da localidade.
Lenda dos Cavaleiros das Esporas Douradas
Conta o Povo que certo dia os Cavaleiros das Esporas Douradas tomaram o rumo de Balsamão para combaterem um terrível Muçulmano. Abdel Ali, senhor destas paragens, impunha como feudo a entrega de um determinado número de Donzelas. Abdel-Alí exigia saber o nome de cada donzela que ia contrair matrimónio e se quisesse podia possuí-la. Este imposto ficou conhecido como o “Tributo das Donzelas”.
 Mas o casamento de dois jovens haveria de mudar o destino da população e do mouro malvado. O anúncio da união entre Teolinda, filha de D. Rodrigo Ventura de Melo, Senhor de Castro (Vicente) e Casimiro, filho de D. Pedro Rodrigues de Malafaia (Alfândega), líder dos Cavaleiros das Esporas Douradas, faz inverter o rumo dos acontecimentos (usando aqui os nomes, naturalmente, imaginários utilizados pelo Prof. João baptista Vilares, no romance “Tributo das Donzelas”). A cobrança do tributo por parte do Mouro revolta a população. É então que os “Cavaleiros das Esporas Douradas” organizam uma investida contra o infiel. Conta-se que tal batalha não foi fácil, os Cristãos chegaram mesmo a estar em desvantagem. Foi quando apareceu Nossa Senhora, que com um bálsamo que trazia na mão foi reanimando os mortos e curando os feridos.
A luta aumentou, então, de intensidade e os invasores acabaram por ser expulsos destas terras, pondo-se assim fim ao “Tributo das Donzelas”. No local construiu-se uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Bálsamo na Mão, hoje Santuário de Balsamão, o lugar de tão grande Chacina deu origem a Chacim e Alfândega, graças à bravura e valentia dos seus Cavaleiros das Esporas Douradas e em nome da Fé cristã, passou a designar-se Alfândega da Fé.

A zona do castelo, como o próprio nome indica, foi possivelmente o espaço onde se localizava a parte defensiva e militar do castelo de Alfândega da Fé. Sem grandes provas da sua existência, os patamares, ainda hoje visíveis, a norte, sul e a nascente, mostram que a zona foi amuralhada, no entanto desconhece-se os limites exactos e o tipo de muralhas. Das várias alterações urbanas realizadas na zona, que agora chamamos Castelo, restaram poucos vestígios da existência de uma fortificação defensiva, a não ser o traçado semi-circular das ruas e a própria “Torre do Relógio”.
O castelo da vila terá sido destruído a partir do século XVI, sendo a pedra de (xisto), utilizada para construir habitações; restou aquilo que seguramente desde o início do séc. XIX se chama “Torre do Relógio” e que constitui um dos ex-líbris da localidade. Podemos ainda ver e apreciar outros locais de interesse, como o Largo do Castelo, a Igreja Matriz, a Capela de S. Sebastião, entre outros.
Para além da torre do relógio também o traçado semi-cuircular das ruas são vestígios da existência de uma fortificação defensiva.
Actualmente, existe a convicção de que durante o período da ocupação árabe Alfândega foi sede administrativa com alguma importância de uma região designada “Valiato de Aldandica”. Porém, afigura-se como muito provável o povoamento do território em períodos anteriores. Facto que ganha sustentação se se atender aos vestígios arqueológicos que se encontram na área concelhia.
No entanto, a sua história, em termos de nacionalidade, só se vê verdadeiramente reforçada em 1294, a 8 de Maio, ano em que D. Dinis lhe concede carta de foral que, entre outros aspectos, define, os primeiros limites geográficos do concelho, sendo também D. Dinis que em 1320 mandou reconstruir o seu castelo.
Sabe-se que em 1510 Alfândega da Fé vê os seus limites geográficos alterados. Neste ano, D. Manuel I concede-lhe nova Carta de Foral aumentado a área concelhia.
Entre os séc. XVIII e XIX o concelho conhece novo fôlego impulsionado pela produção de bicho-da-seda, que em 1870 atingiu o seu auge com uma produção de mais de 15 toneladas. Em Outubro de 1855, o concelho foi extinto e as suas freguesias integradas em Moncorvo, Vila Flor, Macedo de Cavaleiros e Mogadouro. Em Janeiro de 1898 foi restaurado como circunscrição administrativa independente.
Alfândega da Fé mantém, hoje, os mesmos limites, que vão da serra de Bornes até ao rio Sabor e do planalto de Castro Vicente até ao Vale da Vilariça, num total de 314 km2 distribuídos por uma impressionante e surpreendente diversidade paisagística e natural.
Concelho onde a agricultura constitui o principal motor da economia concelhia, Alfândega da Fé tem nas produções de azeite, amêndoa, cereja e castanha, uma das suas principais riquezas. São também comercializados produtos resultantes da transformação destas matérias-primas, para além do fumeiro e queijo também típicos desta região.
 A produção de cereja, hoje bastante importante, vem apenas das últimas décadas, assumindo-se como um importante cartaz turístico, com a realização da Festa da Cereja que coincide, habitualmente, com o dia de Portugal, Camões e das Comunidades (10 de Junho). Aliás, a qualidade dos produtos locais de Alfândega da Fé, já lhe valeu o nome de capital da cereja do nordeste transmontano.
Nos meses de Fevereiro e Março são as Amendoeiras em Flor o motivo da Festa. Os inúmeros visitantes atraídos pela magnífica paisagem dos campos de amendoeiras cobertas de flor, são desafiados a provar e comprovar a qualidade dos produtos locais. No “Mercadinho Flor de Amêndoa”, que se realiza durante o mês de Março, as compotas, queijos, fumeiro ou azeite estão em destaque. Estes alguns dos produtos levados à mesa com a marca “Terras de Alfândega”. Uma garantia de qualidade e autenticidade, que pode constituir-se como outro dos pretextos para uma visita a Alfândega da Fé.
Se tal não for motivo suficiente, outros pontos de atracção existem no concelho. Para os amantes da natureza e da vida ao ar livre a Câmara Municipal delineou uma rede de percursos pedestres, sob a marca “Bota-te a Andar”, que permitem uma descoberta do património histórico e natural concelhio. Trilho do Sabor, da Gouveia, da Serra de Bornes, dos Vilares da Vilariça, de Alvazinhos, do Forno da Cal, das Capelas e de Rabo de Burro, são os 8 percursos existentes, tendo já sido alvo de candidatura a implementação no terreno novos trilhos.
O Hotel & SPA Alfândega da Fé é também ponto de paragem obrigatória. Um regresso à Escola, mas para descansar é outra das propostas do concelho para a descoberta do mundo rural. As antigas escolas primárias, desactivadas devido à falta de alunos, deram lugar a modernos apartamentos turísticos. Ao todo existem 7 Alojamentos deste tipo no concelho, nas localidades de Cabreira, Colmeais, Covelas, Felgueiras, Gouveia, Sendim da Serra e Vales, que certamente constituem um óptimo pretexto para partir à descoberta de Alfândega da Fé.
Veja a galeria fotográfica sobre o concelho de Alfândega da Fé.
Informe-se sobre os Castros e Miradouros  que poderá visitar no concelho.
Outros pontos de interesse geral para visitar em de Alfândega da Fé.
Informações adicionais e contactos no website da Câmara Municipal.

in:http://noticiasdonordesteultimas.blogspot.com

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