A freguesia de Talhinhas, situada num fértil vale, encontra-se a mais de quinhentos metros de altitude, no extremo oriental do concelho de Macedo de Cavaleiros e muito perto do seu extremo sul. É limitada pelos concelhos limítrofes de Vimioso e de Bragança.
A proximidade de Castro Roupal e de Izeda permitem indiciar para esta freguesia um povoamento muito remoto, sem qualquer dúvida pré-histórico. Assim, é bem provável que em Talhinhas tivesse existido um castro da época dos povoadores lusitanos, do qual não resta, no entanto, qualquer vestígio.
De resto, apareceram no termo de Talhinhas, há alguns anos, diversos objectos do tempo dos romanos - cacos, telha de rebordo e algumas moedas, provas suficientes do remoto povoamento desta freguesia. O topónimo latino Talhinhas é um diminutivo de Talhas, do mesmo concelho.
Refere Cândida Florinda Ferreira em relação ao nome da freguesia: "Talha, donde o diminutivo Talhinhas, significa como aponta Viterbo e facilmente se conclui dos documentos adiante transcritos: Contribuição, colecta, exacção, que se lança por cabeça, e na qual todos são coutados, segundo os seus respectivos cabedais e haveres".
O nome de Talhinhas é muito antigo e já figurava em documentos medievais, sendo que em Julho de 2008 a localidade comemorou os 750 anos da sua história. Segundo as Inquirições de 1258, em que a freguesia já é citada, Talhinhas é uma das vilas do termo de Bragança. Ainda segundo o mesmo documento, pertencia ao rei uma parte da igreja paroquial, dedicada nessa altura a Santa Maria.
A Ordem do Templo, vulgo Templários, era nesta altura uma das maiores proprietárias na freguesia. Talhinhas estava nesta altura integrada na chamada Terra de Lampaças, que daí a pouco tempo iria ser extinta e dar lugar a uma série de circunscrições administrativas mais pequenas. Quanto a Talhinhas, iria passar para a Terra de Bragança.
A primeira informação demográfica que temos sobre esta freguesia é de 1706. Segundo a "Corographia" do padre António Carvalho da Costa, daquele ano, vivam aqui cerca de 120 pessoas, já que existiam 40 fogos. Em 1860, a população crescera e o número de habitantes ultrapassava já os 300.
Ao longo deste século, o número de habitantes continuou a crescer, embora a certa altura esse fenómeno se tenha invertido devido à emigração.
Em termos administrativos, Talhinhas pertenceu ao concelho de Izeda até à sua extinção, em 1855, data em que passou a pertencer à comarca e concelho de Macedo de Cavaleiros. No que diz respeito ao património edificado, em Talhinhas salienta-se a Igreja Matriz e duas capelas, uma com invocação a Nossa Senhora de La Sallete e outra ao Senhor de Santa Cruz.
Em relação ao templo paroquial, a primitiva igreja paroquial desta freguesia deve ter sido construída no século X pelo bispo de Astorga. A sua anexa, Gralhós, tem como património a capela de S. Tiago e a sua Igreja Matriz, que apresenta na nave pinturas maneiristas da segunda metade do século XVI ou início do século XVII.
Área: 2529 ha
População: 210 habitantes
Património cultural edificado: Sede da Junta de Freguesia, Igrejas Matriz, Capelas de S. Tiago, da Senhora La Salette
Festas e Romarias: Festas de Nossa Senhora de Santa Cruz no 1º Domingo de Agosto, de S. Tiago no 3º Sábado de Setembro, de Nossa Senhora de La Salette no 3º Domingo de Setembro
Gastronomia: Presunto, Salpicão, Linguiça, Botelo que é por vezes servido com Casulas Secas, Compotas preparadas com Frutos Regionais
Locais de lazer: Margens da Ribeira do Vale de Moinhos, Rio Sabor
Artesanato: Cestaria em Vime, Rendas e Bordados Regionais, Meias de Lã
Orago: Nossa Senhora da Assunção
Principais actividades económicas: Pecuária, Agricultura, Apicultura, Pequeno Comércio
Colectividades: Associação Cultural e Desportiva de Gralhós e Talhinhas
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A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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