Há bens que só lhe reconhecemos o valor quando ficamos sem eles. Isto poderá ser verdade para o Externato da Torre Dona Chama, mais conhecido por «Colégio da Torre», que já conta 35 anos ao serviço de crianças e jovens do meio rural dos municípios de: Mirandela, Macedo, Vinhais e Valpaços. O Colégio tem alunos do pré-escolar, 1.º e 3.º ciclos e ensino secundário e profissional. No ano lectivo de 2011-12 acrescentou à vila rural da Torre Dona Chama cerca de 300 Alunos, 25 Professores e 12 Funcionários. Por isso, não se percebe muito bem, goste-se ou não, que alguns políticos locais, segundo se diz, estejam interessados em encerrar o Colégio. Alguma gente da Torre, ao ser favorável ao fecho do Colégio, está a matar o desenvolvimento desta vila com história. Nos anos cinquenta, tinha um dos tourais mais admirados e uma das mais importantes feiras de gado de Trás-os-Montes, além da temida equipa de futebol.
Negociante de gado que se prezasse ia à Torre mostrar-se e negociar. Por lá, o meu bisavô João Aleixo Ribeiro, exímio jogador de pau, punha em respeito os zaragateiros mais depressa do que a autoridade. Hoje, os bairristas da Torre acusam Mirandela de lhe roubar a pequena indústria. O Colégio da Torre, é muito mais que uma pessoa, sendo em termos de desenvolvimento local uma média empresa. Se não defenderem esta estrutura de ensino particular toda a área que serve vai perder, mas mais a Torre. Começará por perder alunos a secção do ciclo e dentro de meia dúzia de anos haverá um autocarro que levará os Alunos da Torre para Mirandela e a vila caminhará a olhos vistos para uma aldeia vulgar. Não digo isto com despeito mas com tristeza porque o meu mundo é o rural e os políticos locais devem pensar se é mais importante o seu umbigo ou a vila e arredores no seu colectivo. O Colégio é um importante património que qualquer cidade não desdenharia e poderá estar em risco.Por: Jorge Lage
in:jornal.netbila.net
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