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Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
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N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
sábado, 27 de outubro de 2012
As árvores na cidade
As árvores podem desempenhar inúmeros papéis na cidade: além de proporcionarem um ambiente agradável, melhoram a qualidade do ar, diminuem a erosão dos solos, reduzem o perigo de cheias e contribuem para melhorar o ambiente social.
As "florestas urbanas" absorvem o dióxido de carbono e transformam-no em oxigénio, ajudando a diminuir as emissões de CO2 que contribuem para o aquecimento global. Além disso, filtram poluentes ambientais como o dióxido de azoto ou o dióxido de enxofre e fazem depositar as poeiras em suspensão no ar. Segundo um estudo realizado em parques de estacionamento por McPherson e Simpson (2000), as baixas temperaturas associadas à sombra das árvores podem reduzir a percentagem de hidrocarbonetos que evaporam do combustível dos automóveis. Neste sentido, o seu valor é incalculável já que o controlo da poluição atmosférica das cidades por outros meios é muito difícil.
Embora o ozono desempenhe um papel muito importante na estratosfera por absorver os raios ultra-violeta, é tóxico para o Homem, causando problemas respiratórios cujos principais sintomas são a tosse e dores no peito. As árvores, por fornecerem sombra, podem reduzir consideravelmente os níveis de ozono das cidades, trazendo benefícios para a saúde pública.
O sistema de raízes e a copa das árvores estabiliza o solo, limita a escorrência superficial, conserva a água subterrânea e diminui o risco das cheias que, nos últimos anos, têm atingido inúmeras áreas metropolitanas do nosso País. As plantas também atenuam as variações de temperatura a nível microclimático, fazendo com que no Inverno os edifícios circundantes não percam tanto calor e no Verão não aqueçam tanto, o que pode diminuir os gastos de energia.
Por outro lado, estas áreas podem ter variadas funções sociais. Além de encorajarem aactividades ao ar livre, mais saudáveis, tais como os desportos, os jogos ou os passeios, podem ser autênticos laboratórios vivos que garantem a presença de vida silvestre, onde se pode aprender acerca da natureza e observar os ritmos das estações. É ainda de referir que as sebes e arbustos densos atenuam os ruídos que, numa cidade moderna, podem facilmente exceder as intensidades aceitáveis.
Finalmente, estas "florestas urbanas" podem ser economicamente viáveis. O projecto inglês intitulado "The Black Country Urban Forest" tornou estas estruturas rentáveis ao explorar a sua madeira, carvão ou mesmo frutos e nozes. Uma outra vantagem seria a necessária criação de mais empregos para explorar comercialmente estas áreas.
As árvores são mais do que um adereço bonito num cenário, elas produzem uma infra-estrutura funcional que contribui de um modo significativo para a qualidade da vida nos centros urbanos, tanto a nível ambiental como a nível social e económico. Infelizmente, continuamos a assistir à destruição das escassas zonas verdes das nossas cidades para se construírem edifícios ou parques de estacionamento.
BIBLIOGRAFIA
Cabral, F. C. e G. Ribeiro Teles. (1999). A árvore em Portugal. Assírio & Alvim, Lisboa.
McPherson, E. G. (1998). Atmospheric carbon dioxide reduction by Sacramento's urban forest. Journal of Arboriculture 24(4): 215-223.
McPherson, E. G. e J. R. Simpson. (2000). Actualizing microclimate and air quality with parking lot tree shade ordinances. Wetter und Leben.
McPherson, E. G., K. I. Scott e J. R. Simpson. (1997). Estimating cost effectiveness of residential yard trees for improving air quality in Sacramento, California, Using Existing Models. Atmospheric Environment 32(1): 75-84.
Scott, K. I., E. G. McPherson e J. R. Simpson. (1998). Air pollutant uptake by Sacramento's urban forest. Journal of Arboriculture 24(4): 215-233.
Maria João Cruz
in:naturlink.sapo.pt
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