Local: Ferradosa, ALFÂNDEGA DA FÉ, BRAGANÇA
Pascoal era o nome de baptismo. Nasceu em Valverde e ali guardava gado.
Foi para uma aldeia vizinha, Eucísia. Eram pouco gentis com ele e daí dar ao Felgar. Apresentou-se com o nome de Ildefonso, mas o povo chama-lhe Alifonso.
Apascentava também o gado com a condição de o patrão autorizar ir à missa.
O patrão discordou e deu ordens ao barqueiro de o não passar para cá, quando andasse do lado de lá, para ir à missa. Então punha o gado à volta do cajado e deitava a capa na água e assim conseguia transpor as águas para a outra margem.
O patrão proibiu-o de guardar o gado, mandando-o tratar da horta. Proibiu-o de ir á missa, porque tinha de ficar a guardar os pássaros e as galinhas. Ele batia-lhes as palmas.
Vinham os pássaros e as galinhas e metia-os numa adega. O patrão ao ver neste fenómeno algo de anormal, quis entabular conversa com o Ildefonso, mas este nada respondia.
Resolveu ir para Espanha e entrar num convento, em Castela. Ali os monges puseram-lhe o nome de Frei João Hortelão, porque quis dedicar-se à cultura da horta. Plantava as couves com a raiz para cima e ia à cozinha dizer para ir colher folhas, que as couves estavam frondosas!
Enviou para Valverde uma linda casula, uma custódia e um sino. Nas trovoadas iminentes tocam-no, e dispersam-se e nunca deixam prejuízos. Enviou também uma cruz gótica, com trabalho de filigrana, do século XV.
Para a Eucísia, reza a lenda, que enviou um sino de cortiça, com o badalo de lã.
Fonte:AFONSO, Belarmino Raízes da Nossa Terra Bragança, Delegação da Junta Central das Casas do Povo de Bragança, 1985 , p.109
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(Henrique Martins)
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segunda-feira, 19 de outubro de 2015
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