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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 31 de outubro de 2015

Gosto por esculpir abóboras transformou-se num novo negócio em Bragança

Um profissional da restauração de Bragança decidiu semear abóboras para apurar a arte da escultura em fruta e fez germinar um inesperado negócio com encomendas suficientes para registo da atividade nas Finanças.


Pedro Rodrigues é o autor das esculturas em abóboras que vão enfeitar a noite das Bruxas (Halloween), no fim de semana, em bares e discotecas da cidade transmontana e o que começou por ser uma experiência "tornou-se uma coisa séria" e teve de fazer registo de atividade em nome próprio para cobrar o número crescente de encomendas.

Três dias é o tempo necessário para esculpir 600 quilos de abóbora, já reservados para os clientes, e arrecadar "mais do que um salário mínimo".

Pedro não pretende "fazer disto vida", até porque está "muito bem" na casa onde sempre trabalhou e onde começou o gosto de esculpir fruta.

Há cerca de sete anos "houve uma vontade de inovar um bocadinho no trabalho" e foi um dos elementos que mostrou "alguma aptidão para o fazer".

Esculpir fruta para enfeitar mesas de banquetes "virou vício" e, como mora numa aldeia e tem horta, decidiu semear abóboras para treinar e para divulgar este trabalho de escultura.

De ano para ano, começou a procura pelas abóboras trabalhadas para o Dia das Bruxas e surgiu o novo negócio.

Planta "qualidades próprias para o corte, com casca mole para meter mais facilmente as facas", que tem de importar porque em Portugal não existem estes instrumentos, como contou.

Pedro Rodrigues garantiu à Lusa que consegue esculpir "quase tudo, desde botões de rosas a pássaros e dragões" nas mais variadas frutas.

"É um trabalho minucioso, demorado e tem de se ter paciência com o que se está a fazer, porque um golpe pode ser fatal e tem de ir para o lixo", realçou.

O gosto pela arte leva-o a procurar informação e inspiração noutras culturas como a tailandesa, que leciona nas escola a escultura em fruta.

Pedro sabe que as suas criações acabam comidas, no lixo ou para alimento dos animais da pocilga de um amigo. Porém não é o fim que lhe importa, mas a criação.

O que lhe é doloroso é saber que "há famílias portuguesas que passam fome" e que leva "aos baldes de 30 quilos de miolo de abóbora (para o lixo), o que daria para fazer sopa e doce, mas a vida é assim".

A abóbora trabalhada pode custar entre um a 30 euros ou "ser muito bem vendida" como perspetiva que irá acontecer com um exemplar de 40 quilos de que é proprietário.

Pedro Rodrigues criou um grupo fechado na rede social Facebook, com mais de 600 membros, muitos estrangeiros, que partilham entre si experiências e novidades.

"Andamos sempre com a faca afiada, sempre a picarmo-nos uns aos outros. Se um encontra uma novidade, partilha", brincou.

Em Portugal já existem algumas dezenas de escultores de fruta, pessoas ligadas principalmente à restauração e hotelaria.

Pedro sondou "cerca de 30" e cinco marcaram presença num encontro em que estão a mostrar as suas habilidades ao público da Norcastanha, Norcaça e Norpesa- Feira Internacional do Norte, que decorre até domingo, em Bragança.

Rui Pinto, de São Pedro do Sul, é rececionista num hotel, aprendeu a arte de esculpir fruta sozinho e faz para a casa onde trabalha.

"Os clientes apreciam", mas "ainda está pouco valorizada", na opinião de outro artista, Diamantino Sousa, que se deslocou de Espanha, onde é chefe de cozinha, para participar no evento em Bragança.

"As pessoas ainda não conhecem muito bem o trabalho que isto dá. Há peças que demoram três horas", afirmou à Lusa.



Na feira, têm tido sucesso, a avaliar pelas "pessoas que passam e ficam encantadas" com as formas que a fruta assume pela mão destes escultores.

HFI // MSP
Lusa/fim

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