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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 25 de outubro de 2015

O Comunitarismo em Trás os Montes


Toda a região transmontana é marcada por ancestrais práticas comunitárias. Este tipo de relacionamento interpessoal é mais do que um ideal de vida ou uma forma de estar em sociedade , deriva acima de tudo da necessidade de entre - ajuda na labuta rural; da necessidade de conjugar esforços para mais facilmente atingir os fins desejados.
Nesta região, desde sempre desprezada pelos sucessivos governos, vivem gentes de fibra, habituadas a ultrapassar os apuros da vida. O povo das aldeias transmontanas desafia a falta de maquinarias agrícolas e mesmo a falta de mão de obra necessária aos duros trabalhos do campo. Fazem-no através da entreajuda, através de um apoio reciproco, com vista a por em prática a máxima segundo a qual "a união faz a força".
As novas técnicas simplificaram a satisfação das necessidades individuais, e por isso diminui a necessidade de apoio reciproco e partilha de recursos, esmorecendo-se o comunitarismo.
A solidariedade atinge o seu expoente máximo neste tipo de comunidades onde se pode falar numa família alargada. No fundo aquilo que melhor define o comunitarismo é o espírito de partilha que reinava e, em muitos casos ainda reina, quer das coisas boas, quer das coisas más...
As práticas comunitárias sempre existiram nos trabalhos agrícolas como por exemplo nos trabalhos ligados à colheita do cereal, trigo e centeio.
Com o amadurecer do cereal é necessário cega-lo, as cegadas faziam-se no regime de torna jeira, ou seja, os habitantes de determinada aldeia combinavam, por iniciativa do proprietário de uma terra de centeio ou trigo, ir cegar essa mesma terra durante um dia. O proprietário do cereal tinha a seu cargo a alimentação e as bebidas para todos. Assim, de forma mais ou menos ordenada se faziam as cegadas de toda a aldeia.
Seguia-se a acarreja, transporte do cereal para as eiras, tarefa em que a entreajuda era ainda mais indispensável.
Por último temos as malhas, o cereal era separado da palha, até há cerca de 50 anos de forma manual com a utilização de malhos; nestas tarefa eram envolvidos homens e mulheres da aldeia.
A exploração dos baldios – Os baldios são terrenos comunitários que se destinam na maioria das vezes à actividade de pastorícia. Havendo casos em que, erradamente, a junta de freguesia se assume como proprietária, mas este facto não lhes retira a sua verdadeira característica de terrenos comunitários.
Forno comunitário – Não se justificando nas pequenas aldeias cada habitante ter um forno próprio para cozer o pão, optavam esses mesmos habitantes por construir um forno que pudesse servir toda aldeia.

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