É necessário um maior controlo sanitário da carne de caça e apostar na formação dos caçadores, de forma a despistar eventuais doenças que representem riscos para a saúde pública.
O alerta é de Madalena Vieira, professora de Inspecção Sanitária e Segurança alimentar da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A investigadora esteve ontem à noite em Bragança no seminário “A caça e Pesca em Trás-os-Montes: Riscos e Oportunidades”, que decorreu no pavilhão do Nerba, no âmbito da Norcaça, Norpesca e Norcastanha.
Madalena Vieira lembra que este tipo de controlo “não é obrigatório, ainda que os regulamentos comunitários façam um apelo a que os caçadores tenham um curso que os ajude a entender estas matérias de higiene e cinegéticas”, considerando importante garantir a formação dos caçadores nesta área e, se possível, ter a presença de um veterinário nas montarias.
Este tipo de fiscalização poderia ajudar a determinar as doenças existentes nas espécies de caça da região, contribuindo para o seu controlo. Actualmente as doenças de caça maior que merecem mais preocupação são o quisto hidático e a brucelose, entendendo a investigadora que seria importante “sensibilizar os caçadores para evitar a eliminação das vísceras no campos que depois pudessem ser consumidas por raposas, lobos e cães, e esses sim transmitem a doença ao homem. E poderíamos identificar se corsos ou veados podem ter brucelose, que existe nos pequenos ruminantes”. Contudo, a investigadora garante que não há motivos para alarme.
O novo quadro comunitário prevê o apoio a estruturas de recolha e controlo de animais de caça. Uma oportunidade que, segundo a professora, não deve ser desperdiçada. Os dados divulgados neste seminário resultam do estudo da UTAD “Doenças da Caça Maior em Portugal. Catorze anos de Estudo: Quais as recomendações”, apresentado no primeiro dia da Norcaça, Norpesca e Norcastanha”.
Escrito por Brigantia
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