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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O Clube Trasmontano de Angola (1912-1975)


Um núcleo bibliográfico regionalista também foi promovido pelo Club Trasmontano de Luanda o seguidor imediato da casa-mãe, criado na Luanda colonial de 1912 e extinto com a independência angolana e o retorno da maioria da minoria branca metropolitana, em 1974/5.
Na sua imprensa específica verificou-se que muitos dos textos de exaltação da pertença regional adquiriam a sua legitimação na patrimonialização da cultura local. Ou seja, o valor regional é tanto maior quanto mais se imbrica em factos, eventos ou vultos ligados à cultura. 
A imprensa deste clube é um precioso repositório de textos sobre folclore regional (p. e., Tavares, 1942; Baçal, 1945) e “homens ilustres” como Camilo, Torga, Abade de Baçal (ver J.T., 1945; J. M., 1948; “Camilo…”, 1948; Sá, 1966), etc.
A África era vista como uma terra distante, sobretudo pelos colonos pioneiros de início de novecentos, daí a maior ligação à terra de origem. 
A questão do convívio, mas dum convívio de partilha identitária, na comunhão duma saudade natal pela troca de afectos e emoções, na cumplicidade de lembranças de pertença, foi muito importante para a comunidade de colonos, sobretudo para as primeiras gerações. E assim foi por um motivo relevante: os pioneiros sentiam, compreensivelmente, mais o isolamento e a estranheza num meio adverso (senão hostil), com um clima inóspito e violento, a ameaça de doenças graves (acentuada pelas debilidades médico-sanitárias), a carência de contactos sociais e de distracções, a vivência minoritária junto de comunidades étnicas estranhas e com a memória de conflitos violentos recentes (sobre a adversidade ver Castelo, 2005: cap.VI; e Melo, 2004).
Paralelamente, e perante a ausência dum estado social, a previdência erigiu-se como uma área necessariamente prioritária. Daí a aposta na assistência médico-medicamentosa, nos subsídios pecuniários a necessitados, viúvas e soldados, na oferta de comida e tabaco a doentes, etc.
Frequentemente, a própria previdência incluía uma dimensão afectiva, patente nas visitas altruístas aos mais necessitados (em casa ou no hospital), nas palavras de consolo ou de condolências, na felicitação pelo aniversário natalício, na organização de festas de casamento, etc., etc. Aliás, o afecto emanava de muitos discursos e textos de imprensa, encontrando a sua síntese semântica nas expressões então correntes de “amparo” e “solidariedade.

Daniel Melo

AQUÉM DO MARÃO
O associativismo regionalista transmontano em Portugal e na diáspora

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