Investigadores de todo o mundo vão estar reunidos em Minde e em Alcanena entre 17 e 19 de Outubro para debaterem os estudos, o estado actual e o futuro das línguas minoritárias na Europa.
O evento internacional sobre Línguas Ameaçadas na Europa (ELE 2013 - Endangered Languages in Europe), o primeiro desta natureza realizado no continente europeu, é promovido pelo CIDLeS - Centro Interdisciplinar de Documentação Linguística e Social, com sede em Minde, e promete apresentar mais de setenta comunicações por parte de 90 investigadores oriundos de todos os continentes.
Com um orçamento de 27 mil euros, a iniciativa vai englobar três actividades de cariz científico e sócio cultural, ao longo dos três dias, nomeadamente uma conferência internacional dedicada à reflexão sobre as línguas ameaçadas no continente europeu, a decorrer no Centro de Ciência Viva do Alviela - Carsoscópio, nos dias 17 e 18 de Outubro.
Nas noites de sexta-feira e de sábado decorrerá o Festival de Bandas de Línguas Ameaçadas, na Fábrica de Cultura, em Minde, que contará com a presença de seis bandas modernas da Galiza, País Basco, Bretanha e País de Gales, Escócia, Minde e Baviera (Alemanha), com a particularidade de as bandas e artistas convidados interpretarem os temas nas suas línguas nativas.
A 19 de Outubro, sábado, durante todo o dia, na Fábrica de Cultura em Minde, vai decorrer a Feira das Línguas - um encontro multicultural e multilingue entre investigadores, público em geral e comunidades europeias de línguas minoritárias, e onde 11 comunidades de diferentes partes da Europa apresentarão as suas línguas ao público através de stands e/ou performances culturais.
Vera Ferreira, linguista e presidente do CIDLeS, disse que «o objectivo é estimular um debate interdisciplinar acerca da diversidade linguística na Europa, tendo como ponto de partida as línguas ameaçadas no velho continente, do qual o minderico, de Minde, mas também o mirandês e o barranquenho são exemplos em Portugal».
Vera Ferreira disse ainda, em minderico, que o falar dos naturais de Minde, a «piação dos charales do Ninhou», é incompreensível para os de fora, é «uma do badelo que os covanos não penetrem», tendo defendido que «esta língua deve ser preservada e divulgada através de uma sensibilização da comunidade».
Fundado em Janeiro de 2010 por um grupo de investigadores nacionais e internacionais, a dirigente afirmou ter a expectativa que o certame permita tornar o CIDLeS mais conhecido e o seu trabalho mais divulgado, que ajude a consciencializar a classe política para a importância da documentação e salvaguarda do património imaterial, a nível nacional e europeu, e que o mesmo se revele como um contributo para a revitalização do minderico.
O evento conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, da Xunta da Galícia, da Junta de Freguesia de Minde e Câmara Municipal de Alcanena, para além do contributo de várias empresas locais e nacionais.
Café Portugal/Lusa
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