A ausência de acordos com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte) está a impedir o arranque da Unidade de Cuidados Continuados (UCC) de Mirandela, integrada no Hospital Terra Quente. Trata-se de um investimento de 3 milhões de euros, financiados por fundos comunitários, que não serão rentabilizados enquanto a unidade estiver fechada.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela (SCMM), Manuel Araújo, não entende porque é que o Ministério da Saúde deu aval à construção da UCC e agora não celebra os acordos.
Manuel Araújo manifesta-se preocupado com a situação, não só pelos encargos financeiros que a SCMM tem que suportar, mas também com a procura crescente destes cuidados na região. “Embora a UCC tenha sido financiada por fundos comunitários, mas não na totalidade, como é óbvio, nós (instituição) temos que suportar os encargos bancários que são pesados e nos estão a asfixiar”, explica o provedor acrescentado que “o pior é saber que existem grandes necessidades e grande procura porque temos um hospital público que todos os dias referencia pessoas para as Unidades de Cuidados Continuados”.
UCC de Mirandela está pronta a abrir portas com 43 camas, 18 das quais para períodos de convalescença, que apenas existem em Macedo de Cavaleiros.
“Se ainda tivéssemos algum obstáculo a nível de equipamentos, de pessoal ou de construção ainda se poderia entender, mas com tudo pronto e com o dinheiro investido não se percebe”, conclui Manuel Araújo.
Sem data
Acerca deste assunto, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) recorda que alertou a SCMM para este problema, em Maio de 2012. “Tendo em conta a inexistência de cabimento orçamental da ARS Norte, IP, correspondente ao montante a incorrer para um triénio de pagamento de novos serviços, esta ARS não poderia incorrer em qualquer compromisso para a abertura de novas unidades em 2012”, refere o comunicado da tutela.
Em Setembro deste ano, a ARSN informou a SCMM de que “nos termos legais vigentes, a abertura de camas de cuidados continuados está sujeita a autorização conjunta dos Ministérios da Saúde, Segurança Social e Finanças e de que, no momento, não é possível prever a abertura de novas camas no ano 2013”, pode ler-se na nota de esclarecimento.
“O pior é saber que existem grandes necessidades e grande procura, porque temos um hospital público que todos os dias referencia pessoas para as Unidades de Cuidados Continuados”.
in:jornalnordeste.com
Sem comentários:
Enviar um comentário