Um grupo de entidades e cidadãos da região do Alto Douro e do Douro Superior reclamaram que o Governo torne como “prioritárias” para as duas regiões“a reabertura e a internacionalização” da ferrovia que liga o Pocinho a Barca d’Alva que acabou por ser desactivada em 1987. O assunto voltou a ordem do dia no decurso de uma conferência sobre os 126 anos da chegada do comboio à Barca d’Alva.
"Esta ferrovia, que se pode tornar internacional, daria à região do Douro e de Trás-os-Montes um impacto económico fantástico, numa zona que se estende desde Bragança a Vilar Formoso com um prolongamento para a região espanhola de Castela-Leão onde reside uma população de cerca de três milhões de habitantes", explicou José Ribeiro membro da Fundação Côa Parque.
Neste momento "não se justifica" que o troço esteja fechado, acrescentou José Ribeiro, também membro da "Foz Côa Friends", entidade coorganizadora da conferência "Importância Económica e Estratégica da internacionalização da Linha Douro: cenário para a sua concretização", que o Museu do Côa, em Vila Nova de Foz Côa, recebe no sábado.
José Ribeiro sublinhou o crescendo de oferta turística e cultural do Alto Douro Vinhateiro, do Parque Arqueológico e do Museu do Côa e a oportunidade de fazer escoar mercadorias da província de Salamanca por via ferroviária até ao porto de Leixões não se podem desperdiçar.
"Esta ligação ferroviária tem uma importância e económica e estratégica vital para a região transfronteiriça que se situa entre o Trás-os-Montes, Douro e Castela-Leão e que deve ser internacionalizada", defendeu.
"Com a perfectiva da exploração mineira em Torre de Moncorvo a reativação da antiga ferrovia, seria uma mais-valia para fazer escoar o minério de ferro que ali será explorado", acrescentou.
Reabrir a linha seria, do ponto de vista de José Ribeiro e dos seus pares, "não deixar cair uma região que está a tentar renascer através da extração mineira, do turismo e do património" e servir melhor todo o eixo Porto/Castela-Leão.
A 27 de agosto de 2009 - mais de 20 anos após os comboios deixarem de circular no troço da linha do Douro entre Pocinho e Barca d' Alva - a então secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, anunciou que o troço Pocinho-Barca de Alva iria ser reabilitado e reutilizado.
A ex-governante explicou, à data, que o troço iria ser utilizado numa primeira fase apenas por composições para turistas, mas admitiu que posteriormente reatasse o serviço normal. Disse mesmo que o Governo português teria garantido 25 milhões de euros para a reabilitação do troço, esperando ainda o contributo de fundos comunitários.
A linha do Douro, idealizada e construída pela comunidade portuense, nos finais do século XIX, teve como principal objetivo ligar o Porto a Salamanca e fazer chegar mercadorias à Europa.
No ano de 1986, também os espanhóis perderem a sua ligação até Barca de Alva, deixando para trás 19 pontes metálicas e 20 túneis, numa obra de engenharia do ferro única, construída essencialmente por portugueses, troço que foi declarado, nos anos 90, com Bem de Interesse Cultural pela autonomia de Castela e Leão.
in:rba.pt
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