O Convento de Balsamão, em Macedo de Cavaleiros, acolhe durante três dias personalidades de várias áreas do conhecimento num encontro que procura dar sentido à vida das pessoas quando faltam horizontes, saídas e coisas elementares.
Há 17 anos que o Centro Cultural de Balsamão promove as Jornadas Culturais num dos mais carismáticos locais religiosos de retiro do Nordeste Transmontano, com o propósito de fazer uma abordagem interdisciplinar sobre os temas da vida, como explicou à Lusa o padre Basileu Pires, da organização.
O tema das jornadas deste ano, que decorrem entre sexta-feira e domingo é "Olhares sobre a Vida e a Morte", "um tema acutilante", como defendeu, em que a "morte espiritual é mais preocupante" com as consequências da crise: "a falta de sentido para a vida, sem horizontes e em que não há saídas".
"As coisas estão mais difíceis, nós para termos vida física precisamos de comer, de dormir, das coisas elementares para a vida, de facto o tema é muito acutilante porque às vezes horizontes não se têm", considerou.
As dificuldades financeiras são uma realidade, mas estas jornadas servirão também para mostrar que não podem ser "absolutizadas" porque "nem só de pão vive o Homem" e há que "confiar na solidariedade".
"É preciso de facto levantar a cabeça e seguir em frente e nisso é preciso confiar em Deus e na solidariedade das pessoas, naturalmente", apontou.
A morte física será também tema de discussão nestas jornadas e a "repugnância" com que é encarada, mesmo entre os Cristãos.
"Às vezes é vista como uma desgraça, como algo trágico e para nós Cristãos não é uma desgraça, aliás é uma graça de Deus, um chamamento de Deus para Ele", observou.
As Jornadas Culturais de Balsamão têm como propósito "um diálogo entre a cultura e a fé" e "dizer às pessoas que a fé não afasta dos problemas reais da vida, mas dá uma luz à própria vida e a própria vida precisa da luz da fé para que ela tenha sentido, por isso a abordagem destes temas por teólogos, filósofos, historiadores, arqueólogos" de vários pontos do país.
As jornadas têm também uma vertente mais cultural com um dia, sábado, realizado em parceria com uma autarquia da região.
Este ano a escolhida é Vila Nova de Foz Côa e o programa inclui visitas a lugares de interesse, nomeadamente ao Museu Côa e uma sessão cultural
HFI // MSP
Lusa/fim
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