A vespa do castanheiro foi detectada pela primeira vez na área de Trás-os-Montes, no concelho de Valpaços, suspeitando-se que a árvore infetada seja proveniente de um viveirista espanhol, disse fonte da direcção regional de agricultura, citada pela Agência Lusa.
Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços, é o primeiro lugar na região onde a praga foi descoberta, sendo agora a principal prioridade dos serviços competentes localizar a origem do viveiro que forneceu as plantas infectadas.
O controlo e a cooperação de todos os produtores de castanha é fundamental no processo de monitorização futura da evolução da doença. Manuel Cardoso, responsável pela Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN), em declarações à Agência Lusa, disse que “em Portugal está a ser feito um controlo rigoroso sobre os viveiristas por parte dos serviços oficiais. Cabe depois aos produtores fazerem a detecção nos respectivos soutos”.
"O que nós recomendamos é que o proprietário proceda ao corte das galhas afectadas e as queime no sentido de fazer com que todas as larvas existentes sejam destruídas", referiu o mesmo responsável.
A doença é provocada por um insecto que ataca vegetais do género Castanea, induzindo a formação de galhas nos gomos e folhas, provocando a redução do crescimento dos ramos e a frutificação, podendo diminuir drasticamente a produção e a qualidade da castanha e conduzir ao declínio dos castanheiros.
A vespa é originário da China e nos últimos anos tem colonizado todo o planeta, tendo já sido detectada nos Estados Unidos da América e na Europa. A primeira descoberta do insecto no velho continente ocorreu em Itália no ano de2002 e posteriormente em França, Eslovénia, República Checa, Hungria, Croácia , Espanha, Alemanha e Portugal. Na região transmontana surge agora a primeira menção a árvores infectadas, mas existe ainda a notificação de outro caso não confirmado na zona de Bragança.
"A perigosidade é enorme. Temos um mês para actuar e se fizermos uma acção drástica durante este mês conseguiremos ainda minimizar o impacto desta cultura", afirmou à Lusa José Gomes Laranjo, presidente da Associação Nacional da Castanha -- RefCast e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
"Sempre que numa freguesia for detectada a presença da praga, deve ser intensificada a prospecção nas freguesias circundantes, até ser alcançada a delimitação global da zona infestada", lê-se no Plano Nacional de Controlo do Insecto , um documento que estabelece as acções para prospecção e controlo da vespa das galhas do castanheiro e que deve ser consultado para o aconselhamento dos agricultores e possuidores de soutos que se vêem confrontados com esta nova praga.
in:noticiasdonordeste.pt
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