Decorre no fim-de-semana mais próximo de 5 e 6 de Janeiro. No Sábado reúnem-se os rapazes para realizarem as primeiras rondas, nomeadamente a "ronda das chouriças", e refeições conjuntas. No Domingo, o dia principal da festa, começa com a alvorada ao som da gaita-de-foles. À tarde acontece a crítica social ou "colóquios", o ritual mais simbólico da festa. Estes são declamados, do cimo de uma fonte de pedra, perante todo o povo, por rapazes de cara descoberta.
A celebração do Nascimento de Cristo, para além dos ritos católicos, contempla em simultâneo ritos de origem pagã, a chamada festa dos Velhos. Depois da missa solene, reúnem-se os quatro actores principais na casa da mordoma-mor. O povo aguarda a sua saída, facto que marca o início da celebração. Quando os velhos aparecem, a multidão que aguardava na rua rejubila e entra também em acção. Os quatro mascarados vão de casa em casa recolher esmolas seguidos pelos populares numa espécie de jogo do rato e do gato. A meio da tarde termina a ronda do peditório, dando-se por encerrado o ritual. Segue-se o leilão cujo estipêndio reverte em benefício do altar de Nossa Senhora.
A festa inicia-se no dia 26 de Dezembro com a liturgia católica da missa solene ao longo da qual o sacerdote nomeia os mordomos principais, o "rei" e o "bispo", que darão início ao seu reinado no segundo dia da festa. Este está reservado ao ritual do convite, um cortejo pelas casas e à volta do povo, dirigido pelos mordomos novos. A corrida à rosca e a "galhofa" são as provas de resistência física para rapazes que acontecem à tarde e à noite e que encerram as celebrações.
A festa começa no dia de Natal, à tarde, com a ronda de Boas Festas, uma visita cerimonial a todos os vizinhos da terra. A 26 de Dezembro, dia de Santo Estêvão, de manhã, procede-se à ronda das Alvoradas, segue-se a missa solene em honra do santo, com a presença de todos os intervenientes excepto os "máscaros". No decorrer da liturgia, o celebrante procede à bênção do pão. À tarde acontece o ritual da mesa de Santo Estêvão, durante o qual se faz a transmissão dos poderes, dos mordomos cessantes para os que vão iniciar funções. No final organiza-se um cortejo com os actores principais, transportados no carro de bois, e todo o povo até às casas dos novos líderes, onde se come, bebe e dança... A festa termina à noite com a "galhofa", o baile tradicional exclusivo destes dois dias festivos.
Esta festa celebra-se, nos dias de hoje, no primeiro fim-de-semana de Janeiro. O ritual do cantar dos reis, ao contrário de todas as restantes aldeias, é executado durante o dia. De manhã cedo, o grupo de cantores e o "careto" reúne-se em casa do mordomo para tomar o mata-bicho em conjunto. De seguida dirigem-se para a Igreja onde entoam a primeira quadra.
A Festa dos Reis ou Festa dos Rapazes celebra-se no fim-de-semana anterior a 6 de Janeiro. No primeiro dia, Sábado de manhã, os mordomos acompanhados pelos "caretos" fazem o peditório por todas as casas da aldeia. No percurso vão executando danças e brincadeiras e fazendo grande alarido. A "filandorra" acompanha os "caretos" e os mordomos no peditório, executando danças e simulando o trabalho de fiadeira. Ao fim do dia, os rapazes reúnem-se para o seu repasto comunitário.
Decorre nos dias 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. Na noite de 31 de Dezembro, o cortejo, denominado "encamisada", sai do largo e serpenteia lentamente as ruas da aldeia. Neste ritual entram carros de bois, cavalos, burros... engalanados, transportando os donos e familiares cobertos com mantas coloridas. Entram "caretos" dançando e fazendo malabarismos; quem quiser pode mascarar-se: novos e velhos, rapazes e raparigas com máscaras de renda e outros materiais. Com um tiro de caçadeira, faz-se um profundo silêncio, marca-se o momento de o "terno" de cantores entoar as "alvoradas" ao Santo Estêvão. No dia 1 de Janeiro, os 4 mordomos dirigem-se em cortejo para a missa, ostentando cada um o seu símbolo de poder (4 varas). Depois, na mesa de Santo Estêvão, procede-se então à arrematação das varas e à entrega da festa aos novos mordomos.
A festa dos rapazes de Varge decorre principalmente no dia de Natal e no dia de Santo Estêvão (26 de Dezembro). No entanto, os preparativos começam no dia de Todos os Santos, com a recolha da lenha das Almas. No dia de Natal, o ritual da alvorada é, como convém muito cedo. Antes da missa, por volta das 10h, formam os rapazes com os mordomos e o gaiteiro à frente, a fim de se dirigirem para a igreja. No fim da missa decorre o ritual mais simbólico da festa, protagonizado pelos "caretos" com a cara encoberta: a crítica social ou as "loas". De seguida dá-se início à ronda de Boas Festas, uma visita protocolar a todas as casas da aldeia, com os mordomos e os gaiteiros à frente. Ao cair da noite é a corrida à rosca. O dia 26 é dedicado a Santo Estêvão, o patrono dos rapazes com a missa em sua honra.
O dia principal da festa dos rapazes é o Natal, prolongando-se pelo dia de Santo Estêvão, 26 de Dezembro. Antes da hora da missa de Natal, reúnem-se os rapazes, para participarem neste acto litúrgico, após o qual tem lugar o ritual mais significativo desta festa, as críticas sociais, designadas de "comédias". Pela tarde, os "caretos" percorrem a aldeia, acompanhados pela música tradicional do gaiteiro.
O Chocalheiro sai à rua, em Bemposta, para o desempenho dos seus ritos mágicos no dia de Santo Estêvão (26 de Dezembro) e no Ano Novo. Na véspera do Santo Estêvão, o dia de Natal, à noite, o mordomo procede ao acto do leilão do cargo de chocalheiro. É chamada a noite das "mandas" que decorre até à meia-noite, o último a mandar ficará com a responsabilidade de desempenhar as funções de chocalheiro, no dia seguinte. No dia 26, de manhã, sai o chocalheiro, o mordomo e comitiva para o ritual do peditório, designado localmente de "apanha" da esmola. Terminado o peditório, ao fim da manhã, o chocalheiro termina as suas funções e todos se dirigem a casa do mordomo para uma refeição colectiva. Na festa do menino, no Ano Novo, repetem-se os mesmos rituais, com outros mordomos e outro chocalheiro.
No dia da festa (Domingo mais próximo ao dia 27 de Dezembro), decorre durante toda a manhã o ritual do convite, ou seja, o peditório e visita protocolar a todos os moradores da terra. Segue-se a missa solene e a procissão em honra de São João Evangelista. No convite intervêm os gaiteiros, os pauliteiros e o par de mascarados, o "carocho" e a "bellha", que representam cenas de apelo à fertilidade. Um dia depois, à noite, acontece a grande refeição comunitária, um convívio para todo o povo participar e viver intensamente como único que é em todo o ano.
As festas do ciclo de Inverno de Parada prolongam-se por um período de uma semana, entre o Natal e o Ano Novo. No dia 24 iniciam-se as celebrações do Nascimento com a grande fogueira que evoca a "Nova Luz do Mundo" ou o "Natale Solis Invicti". A gaita-de-foles faz soar melodias tradicionais na primeira ronda e em todos os actos solenes da festa. Ao longo das diferentes festas sucedem-se rituais de arrematação dos cinco ramos do "charolo", uma estrutura toda coberta de roscas de pão. Os ramos são leiloados de 25 a 28 de Dezembro, à noite, e o quinto no dia 30 às mesmas horas. Cada sessão destas é pretexto para fazer um "baile da rosca" e mais uma noite festiva.
Decorre no Sábado mais próximo, depois do Natal. Após a missa solene, por volta das 11 horas, tem lugar o acto mais simbólico da festa, a grande refeição comunitária, designada de "Mesa de Santo Estêvão". Esta mesa é presidida pelo próprio Santo Estêvão, uma imagem portátil e de tamanho maneirinho. Na cabeceira sentam-se os principais da festa: os mordomos velhos e os novos e o pároco que, no seguimento do preceituado pela tradição, benze a mesa e o pão antes de ser distribuído e faz uma prece pelos bons augúrios ao santo e à Mãe-Natureza.
Inicia-se na tarde do dia de Natal e termina ao fim do dia seguinte, o dia do santo. Na tarde de 25 acende-se a fogueira, chegam os gaiteiros que iniciam a festa e procede-se ao ritual de crítica social ou seja, "botar os jogos à praça". Aproveitando este momento, um outro grupo de rapazes organiza a acção do roubo dos burros. No dia 26, os dos burros organizam uma cavalgada, com cenas burlescas pelo meio. Animam as ruas da vila os "caretos" com as suas cabriolas, corridas e danças seguidos pelas "madamas", outros mascarados. Pelo meio-dia, a encenação interrompe-se para a celebração da liturgia da missa. À tarde desenrola-se o acto da luta entre os cristãos e os mouros, o ritual mais simbólico de toda a festa.
Os rituais acontecem em dois dias festivos: o Natal e o Ano Novo. No Natal acende-se uma grande fogueira em honra do Menino e procede-se, na parte da manhã até à hora da missa, ao peditório. Este repete-se no dia de Ano Novo seguindo-se o leilão dos géneros recolhidos.
Esta festa é celebrada no primeiro dia do ano (festa cristã de apresentação de Jesus no Templo) e é também designada de festa do Ano Novo e de Festa da Velha. A ronda do Peditório e de saudações aos moradores decorre durante toda a manhã com música de gaita de foles e danças protagonizadas pela velha, pelo bailador e pela bailadeira. A mossa solene acontece por volta do meio-dia e conta com a participação dos actores e do gaiteiro.
in:museudamascara.cm-braganca.pt
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