A música tradicional tocada pela gaita de foles deu o mote para a 18ª edição do “Lombada- Festival de Música e Tradição”, que terminou ontem na aldeia de Palácios, no concelho de Bragança. Esta zona raiana está habituada a receber a visita de espanhóis e alguns também participam no festival mas, desta vez, inesperadamente, houve o contributo de sons do outro lado do Atlântico.
“Gostamos da natureza, das montanhas, gostamos muito do lador rural do planeta. ..Preferimos muito mais o campo e a montanha do que a praia, por isso, sentimo-nos em casa”, acrescentou Leo Protti.
O grupo oriundo da cidade de Amparo, no interior do Estado de S. Paulo têm já outro concerto agendado para o nordeste transmontano, mais concretamente no festival FARPA, que decorre em Pombal de Ansiães, no concelho de Carrazeda de Ansiães, de 6 a 9 de Agosto.
E no da Lombada, em Palácios também houve sons vindos de Espanha. Ramón Narciso tem 76 anos, é natural de Nuez de Aliste e sempre que pode vem a Palácios e à aldeia vizinha de S. Julião, não só para tocar gaita de foles,mas, essencialmente, para rever amigos que fez deste lado da fronteira. “ Gosto de vir e conviver com estas pessoas. Há muitos anos que toco gaita de foles. Comecei aos nove anos e ainda não perdi o vício…(risos). Em S.Julião, onde tenho amigos, já passei muitas noites a tocar de adega em adega… São amizades que já vêm do tempo dos meus avós”, contou.
E em Palácios tem aumentado o número de tocadores de gaitas de foles. Um dos novos tocadores é João Tomé que tem 24 anos e há 12 que se rendeu aos encantos deste instrumento musical. “Comecei a tocar também por existir este festival há muitos anos na aldeia. Ouvia, tinha amigos que gostavam e o meu pai também gostava e incentivou-me a tocar. É um instrumento diferente mas que tem um som muito bom, gosto bastante”, contou.
O Festival “Lombada” é organizado há 18 anos pela Associação Cultural e Ambiental de Palácios, contando com o apoio da União de Freguesias de S. Julião de Palácios e Deilão e o Município de Bragança.
Além da música, durante três dias foram também recriadas tradições como o fabrico de pão no forno a lenha, a segada ou a malha.
Escrito por Brigantia
Sara Geraldes
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