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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Médicos Ortopedistas de Bragança em Campanha no Algarve - Eles trabalham no tempo em que deveriam desfrutar de férias com a família

O  título deste artigo corresponde ao Jornal Nordeste, de 19 de Julho. Surpreendeu a algumas pessoas e parece ser que indignou a outras.
São muitos os doentes do nordeste transmontano que consideram que a medicina que se faz na ULSNE é pior que a que das capitais mais importantes como Porto, Coimbra, Lisboa, ... A prática demonstra o contrário.
Muita gente, muitos médicos a «tempo parcial» não são indicadores de eficácia e bom fazer. E, nesta ocasião em que o Sr. Ministro da Saúde visitou Macedo de Cavaleiros, ao verificar a boa organização do Serviço de Ortopedia, quer pelo bem-fazer, quer pela eficácia, solicitou ajuda para tentar resolver uma «emergência nacional» no Algarve e disse que ficaria em favor se tal se concretizasse...
A mobilidade médica está prevista por despacho ministerial desde o Governo de Passos Coelho. O atual Ministro da Saúde apenas se limitou a pô-lo em prática, clarificando que se aplica apenas nos meses de junho a setembro do corrente ano. Essa opção está aberta a todos os médicos dos Hospitais Públicos Portugueses. Ser generoso e solidário, ou não, depende de cada um! No caso do Serviço de Ortopedia da ULSNE a proposta de mobilidade foi apresentada e discutida com o Presidente do Conselho de Administração, o Diretor do Serviço e todos os médicos ortopedistas, de modo a causar o menor desarranjo possível na programação anual das atividades previstas, ficando assegurado o normal funcionamento do serviço e sem penalização do mesmo.
O Algarve para todos nos é familiar como região onde os ricos vão navegar e apanhar sol, mas também há pessoas que vivem ali todo o ano e outras não tão ricas que fazem férias na zona, pelo que durante o período de verão a sua população vê-se muito aumentada. Como não são apenas os ricos os que se põem enfermos e há que atender a todo o mundo, os doentes da zona têm que ser desviados para hospitais privados ou longínquos como os de Lisboa, com o inerente gasto para o Estado, isto é, para todos os que pagamos impostos. Este ano há previsão de um aumento do 25% do número de turistas, o que corresponde a cerca de 2,5 milhões de pessoas, que deixarão importantes divisas no nosso país. Houve «críticas políticas» a esta medida argumentando que ficava desatendido o serviço em Bragança por ir cobrir zonas com melhores condições. E quando os médicos vão de férias ou assistem a congressos, por que ninguém se queixa do desatendi mento no hospital? Pois porque os profissionais da medicina são responsáveis e não deixam o serviço sem resposta. Neste momento também não acontece.
Afirmou-se que não é justo que uma «zona desfavorecida» desde Lisboa tenha que ceder médicos a outra melhor situada. Estes críticos apenas se deram conta deste problema agora? Quanto farisaísmo! Se o Serviço de Ortopedia de Bragança está em condições de colaborar e fica perfeitamente atendido não se pode ajudar? É proibido ser solidário? Injustamente criticam-se os médicos que «fazem a campanha» porque consideram que se vão é porque lhes pagam bem. Que opinem assim deputados, que passam a vida na Assembleia da República cobrando ordenados elevados e ajudas de custo por fazer um trabalho nem sempre quantificado, é incrível. Um deputado quando sai do seu labor nem sempre se preocupa com as necessidades dos seus eleitores, enquanto o médico deixa ficar o doente no hospital, mas os problemas e a responsabilidade vão com ele para casa e o telemóvel não se desliga. Se é tão interessante desde o ponto de vista económico por que é que apenas 6 médicos da ULSNE se disponibilizaram para fazer este serviço, saindo da sua zona de conforto, e alguns renunciando à sua clínica privada? Além disto, estes médicos «em campanha» fazem o trabalho no tempo que deveriam desfrutar da sua família e das férias. Acham que há dinheiro que possa pagar isso? Vocações como as de médico ou de professor não se pagam com uns tostões! O pagamento a estes profissionais é feito no cumprimento rigoroso, e transparente, de acordo com as mesmas normas e implicações legais (% impostos) a que estão sujeitos na ULSNE e só olhos malévolos daqueles que vem nos outros o que eles próprios tem de pior poderão pensar que são movidos por «contratos fabulosos» para este trabalho.

F. Xavier Martins
Médico ortopedista
in:jornalnordeste.com

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