O Estabelecimento Prisional de Bragança vai ter obras mas o mais provável que se tratem de pequenas intervenções e não de um projecto ambicioso, tal como pretendiam a autarquia e o director deste estabelecimento. Esta foi a ideia deixada pelo responsável pela Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, na sua recente passagem por Bragança.
Celso Manata garante que há um lugar reservado para Bragança na lista de Estabelecimentos prisionais a intervencionar mas admite que podem vir a concretizar-se apenas pequenas reparações. “Independentemente do dinheiro que exista ou não na parte do Instituto de Gestão Financeira, no nosso orçamento, ainda que pequeno, vamos ter uma rubrica para Bragança e vamos fazer obras em Bragança. Não sei se serão as obras ideais, porque o ideal não existe, o país é grande e temos dificuldades em todo o lado. Compreendo que o poder local e os senhores directores do estabelecimentos prisionais peçam para eles e, isso é positivo, mas a minha obrigação é olhar para o território nacional”, argumentou.
Pode ficar, assim, na gaveta, o projecto defendido pelo director do Estabelecimento Prisional de Bragança e desenvolvido pelo Município que apontava como prioridade o alargamento do espaço de recreio.
Mas o presidente do Município, Hernâni Dias insiste que as necessidades da cadeia de Bragança vão muito para além de pequenos reparos. “Não concordamos com pequenas reparações ou remendos. Queremos que, efectivamente, seja feita uma intervenção que valorize o equipamento, crie melhores condições para os reclusos e, no fundo, dignifique os serviços prisionais”, frisou o autarca.
Na semana passada foi inaugurado em um quarto para visitas íntimas no Estabelecimento Prisional de Izeda , que vai poder receber também reclusos de Bragança, como forma de rentabilizar recursos, como explica Celso Manata. “Estes quartos são recursos que têm de ser regionalizados. O quarto de visitas intimas também serve para os presos de Bragança. Se nos tivéssemos um orçamento de pais rico, irmãos fazer quartos de visitas intimas em todos os estabelecimentos. Não sendo esse o caso, temos de ter uma lógica que dê cobertura ao maior número de pessoas possível. Temos uma cadeia grande em Izeda, com espaço, por isso fazemos lá os quartos de visitas íntimas. Se houver alguém que tenha condições para ter esse tipo de visitas, vai tê-las em Izeda. Da mesma forma que os reclusos de Aveiro vão fazer visitas íntimas a Coimbra. Isso é que é uma boa gestão dos dinheiros públicos”, considera.
O projecto de remodelação e ampliação da cadeia de Bragança, apresentado pela autarquia, está orçado em cerca de meio milhão de euros.
Escrito por Brigantia
Sara Geraldes
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