(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
Encontraram-se, por acaso,
do outro lado das palavras exaustas
a desatar os nós das tempestades engolidas.
Encontraram-se, por acaso,
no culminar dos sentidos despidos
pelo sabor quente
das escuridões vencidas.
Ela, discreta,
morada impercetível
como um beijo entre lábios escondidos,
a beber a ternura
de uma madrugada anunciada.
Ele, oscilante,
no reverso da inquietação adormecida
que se não reconhece
na certeza da verdade desejada.
E a desenterrar o céu de confidências urgentes
ambos desertaram, mãos oblíquas,
nessa longa viagem adiada.
Paula Freire - Psicologia de formação, fotografia e arte de coração. Com o pensamento no papel, segue as palavras de Alberto Caeiro, 'a espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias'.
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