terça-feira, 25 de junho de 2019

Várias entidades do concelho de Vila Flor juntaram-se para proporcionar umas férias mais atrativas para os jovens vilaflorenses.



As crianças do concelho transmontano de Vila Flor têm férias de verão gratuitas no âmbito de um programa que, além do lazer, pretende também reforçar laços e dar a conhecer o concelho aos mais novos, foi hoje divulgado.

“Criar Laços” é o nome do programa que junta várias entidades deste concelho do distrito de Bragança e que, desde hoje até 02 de agosto, envolve 245 crianças entre os 6 e os 16 anos e que é apresentado como não sendo apenas um programa de férias desportivas.

Com tudo gratuito, desde transporte a refeições, este programa contempla desporto, cultura, atividades na natureza, mas também quer combater problemas detetados localmente, como o isolamento das crianças nas aldeias.

O projeto junta o Centro Social e Paroquial, a Santa Casa da Misericórdia, agrupamento de escolas, juntas de freguesia e câmara municipal.

O Centro Social e Paroquial foi pioneiro neste tipo de iniciativas para os jovens e o diretor, Emílio Almendra, explicou hoje, na apresentação do programa, que “a ideia inicial foi juntar todas as crianças que terminavam o 4.º ano para que se conhecessem”.

Isto porque, algumas destas crianças terminavam o 1.º ciclo na aldeia e tinham de continuar estudos na sede de concelho, explicou.

O propósito de as juntar era para que quando chegassem, no primeiro dia de aulas, a escola não fosse uma completa novidade e já encontrassem amigos e não apenas colegas.

Este programa de férias foi pensado também para combater o isolamento das crianças fora da sede de concelho, que não tinham oportunidade de acesso a estas atividades.

“Um objetivo plenamente social, [para] que ninguém ficasse de fora por não ter transporte ou capacidade financeira”, enfatizou Emílio Almendra.

As diferentes entidades do concelho “uniram-se”, o programa foi sendo alargado e as instituições envolvidas partilham e disponibilizam meios e recursos humanos, como os 12 monitores que acompanham as crianças.

O financiamento é da câmara e este ano o orçamento será menor que os 34 mil euros do verão passado, segundo o presidente da autarquia, Fernando Barros, por terem conseguido melhores condições contratuais, nomeadamente ao nível das refeições.

O programa consegue que os que estão mais longe possam participar e conhecer, mas não só, na medida em que também proporciona conhecimento às crianças da sede de concelho que nunca foram às aldeias.

Entre as atividades há visitas, em que as crianças da freguesia e a junta mostram e acolhem os participantes que acabam por passar um dia a descobrir novidades do concelho, desde as paisagens a museus ou monumentos.

Ao longo de quase um mês e meio, os mais novos vão ter, entre outras atividades, piscina, futebol, música, cinema, ténis, fitness, visitas temáticas, jogos tradicionais e caminhadas.

Para Fernando Almeida, diretor do agrupamento escolas com 680 alunos desde o pré-escolar ao secundário, este tipo de iniciativas “são importantíssimas”.

Embora considere que “em educação, por si só, nenhuma medida consegue ser quantificada”, Fernando Almeida entende que “a conjugação delas todas só pode beneficiar e tornar os resultados muito mais positivos”.

Agência Lusa

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