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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

ABAMBRES - Freguesias do Concelho de Mirandela

ABAMBRES é uma freguesia que dista 9 quilómetros da cidade de Mirandela e a cujo concelho pertence. Situa se junto do rio Tuela, na sua margem direita, e tem como anexas Vale de Juncal e Vale de Martinho. Na região, por exemplo em Vale de Telhas, que lhe é vizinho, é evidente uma arqueologia romanizante.
Por outro lado ficaria incluída na "Terra de Ledra", velho pagus romano suevo visigótico. Não será difícil de aceitar que deveria ser um "Villar" dessa terra. Paroquialmente também não é claro o que se sabe, mas provavelmente pertenceria a S. Pedro de Guide ou a S.ta Maria de Mirandela.
O Culto local ao seu orago, S. Tomé, é indício de antiguidade, já que é dos mais antigos cultos hispânicos. No foral dado a Mirandela em 1 de Junho de 1512, D. Manuel faz referências à freguesia, nomeadamente na Terça da Igreja que era paga em "pão vinho linho bacoros e gado e sirguo e cera seca que chamam de escarça ou estinho". No início do século XVIII, José Pinheiro, presbítero e seus pais Simão Esteves e Maria Pinheiro, mandam erigir uma capela dedicada às almas com vínculo de bens em morgadio.
Em 1747 Abambres tinha ainda uma feira no dia 21 de Dezembro, dia de S. Tomé, o que prova um certo incremento comercial de produtos naquela zona e a necessidade de os transaccionar. Em 1855 um decreto cria uma escola primária local, que em 1857 é transferida para Mascarenhas. Na segunda metade do séc. XIX deveria possuir cerca de 102 fogos. Para em 1950 ter 164 com 762 pessoas. Mas em 1981 eram 428 habitantes e, em 1991 ficavam se pelas 412. Porém em 2001 a população presente somava 362, sendo 188 homens e 174 mulheres.
A actividade base das suas gentes é os trabalhos agro pecuários, já que a Ribeira do Freixo (onde as mulheres costumam lavar a roupa), e o rio, transformam os seus campos em hortas produzindo um pouco de tudo onde a azeitona, vinho, batata e o trigo são mais abundantes. Os tempos de lazer ocupam nos indo até ao café ou conversam no Largo da Capela, na Rua do Valonguinho ou no Largo do Cruzeiro. Possuem Casa do Povo, Escola Primária e Casa Paroquial.
Nos campos vêem se algumas noras doutros tempos e até uma azenha no rio, casas antigas em cantaria e outras com patamares exteriores e corrimão em madeira; um portal com cruz e pináculos laterais com a data de 1774 no largo da rua que segue para o Bairro do Trinta; a Fonte do Cabo com arco redondo e solitária na encosta virada para a nascente, são alguns dos aspectos bem característicos desta terra.
Porém, Abambres possui uma "relíquia" que é a Igreja Matriz. Situada no monte nascente defronte da povoação e ao ir para Vale de Martinho e Quintas, tem ali junto o cemitério e o Nicho do Sr. dos Passos. Na opinião dos locais, é uma das mais antigas do concelho. Baixa, na horizontal, a denunciar estilo românico, tem poucas aberturas, está cheia de figuras zoomórficas esculpidas em granito por baixo dos beirais dos telhados, e ainda nas cantarias se denotam siglas variadas. É Monumento Nacional.
Na década de 60 havia ali registados 2 abastados produtores de azeite e 3 mercearias. Já em meados dos anos 90 do século XX ainda por lá podíamos encontrar 1 barbeiro, 3 negociantes, 12 pedreiros, 8 trolhas, 6 pessoas com Curso superior e 21 lavradores.
Na Primária há apenas 8 alunos. Estudantes a partir do 5.° ano são à volta de 16. As ruas vão estando calcetadas e os espaços mais arranjados.
Vale de Martinho, aldeia anexa, nessa altura, tinha 1 ferreiro, 2 negociantes, 4 cerieiros, 3 pastores, 9 alunos a estudar a partir do 5° ano e 6 na primária. Bem como uma Fonte e um Forno de cozer o pão. Esta típica aldeia fica à direita da estrada que de Abambres vai para Quintas e Vale de Gouvinhas, a escassos 2 quilómetros de Abambres, e mantém uma estrutura profundamente rural, de casas agrícolas com varandas e patamares, bem assim escadas exteriores.
Vale de Juncal é uma outra sua anexa que tem potencialidades para o turismo, pois fica ali mesmo junto do rio, onde ainda se pode ver uma azenha de moer o cereal. Está situada na estrada que liga Mirandela a Abambres e segue para a Bouça, pelo que beneficia do facto de ficar mais próxima da cidade e bem encostada à margem direita do rio Tuela. Daí que seja um local escolhido para a construção de casas de campo de lazer e férias, em particular por aqueles que têm uma certa afinidade e familiaridade com a terra.

In III volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses, coordenado por Barroso da Fonte

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