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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Há cada vez mais descendentes de Portugueses a querer obter a dupla nacionalidade

O Arquivo Distrital de Bragança recebe diariamente dezenas de pedido de pesquisa de origem dos antepassados e de emissão de certidões de nascimento. A procura aumentou exponencialmente desde a aprovação da lei que atribui dupla nacionalidade a cidadãos descendentes em segundo grau de nacionalidade portuguesa.
Desde Julho de 2017, todos os netos de portugueses que vivam em países com língua portuguesa têm o processo de obtenção da nacionalidade facilitado e isso está a levar muitos à procura de antepassados. A directora do arquivo distrital de Bragança, Élia Correia, afirma que recebem diariamente mais de meia centena de pedidos, em especial do Brasil.
“De facto tem aumentado a procura da origem das pessoas, principalmente daquelas que emigraram para o Brasil. Com a nova legislação que lhe dá direito para poder obter a nacionalidade. Devo dizer que temos diariamente 50 a 60 pedidos por correio electrónico, para lá dos pedidos presenciais. Temos notado que os brasileiros vêm pessoalmente, famílias inteiras à procura das suas origens”, conta.
A directora do arquivo afirma que são muitas vezes encontrados os antepassados, no entanto, nem sempre é fácil identificar todos por falta de informação acerca da naturalidade.
“ O problema é que temos de saber a naturalidade da pessoa. Antigamente o padre baptizava a criança e, no próprio livro da igreja, fazia o seu registo. Se não soubermos a naturalidade nunca conseguimos encontrar o seu registo. Mas através do passaporte, onde as pessoas emigraram, nomeadamente para o Brasil, consta lá a sua naturalidade e é através desse fio condutor que nós conseguimos localizar o registo em causa”, explica.
Todavia, há outra dificuldade que está a atrasar também este processo. Perante o aumento da procura, os recursos humanos são escassos para responder a todos os pedidos.
“Temos imenso trabalho, temos 50 a 60 pedidos de emissões de certidões. Este ano temos 10 vezes mais pedidos de certidões do que em anos anteriores. Neste momento já temos um técnico superior mas como o trabalho aumenta cada vez mais, ainda é insuficiente o número de trabalhadores.”

Cláudia de Oliveira, cidadã Brasileira, foi uma das que recorreu ao arquivo para conseguir a dupla nacionalidade. Neta de portugueses, ela e o marido vêm todos os anos para Portugal passar férias e por isso decidiu ver qual a hipótese de obter nacionalidade portuguesa. Contudo, queixa-se do processo. “O processo foi extremamente complexo e moroso. A maior dificuldade encontrada foi a falta de digitalização dos documentos no Arquivo de Bragança, o que inviabiliza qualquer pesquisa pessoal, já que os documentos, por não estarem digitalizados, devem ser pesquisados manualmente nos  livros no Arquivo - ou seja, in loco.
Além disso, acredito que esta documentação deveria estar também centralizada, já que há muitas freguesias em Bragança, o que dificulta ainda mais o trabalho.
Como a documentação não estava digitalizada tive que contratar uma pesquisadora particular, que me foi indicada pelos próprios funcionários do arquivo, que trabalhou por quatro meses pesquisando nos arquivos de Bragança. O trabalho ainda não foi concluído, pois ainda faltam as freguesias em torno de Bragança - que também são muitas. 
Acredito que a não digitalização dos documentos não facilita e, especialmente, não democratiza o processo - uma vez que nem todos podem pagar por uma pesquisa particular. Infelizmente até agora não concluí o processo, pois há também o problema na documentação de meus avós. Através das informações e documentos que tenho não consigo chegar até a freguesia onde eles nasceram e, por isso, não consigo ter acesso às suas certidões - documento fundamental para tirar o passaporte”, testemunha.

A lei da nacionalidade, que concede aos netos de portugueses que emigraram o direito de ter nacionalidade portuguesa, a fazer aumentar os pedidos de certidões de nascimento o arquivo distrital de Bragança.

Escrito por Brigantia

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