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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Caminho de São Cristóvão – Rota dos Cavaleiros de Malta

Mergulhe na história da Ordem dos Cavaleiros Malta, uma ordem senhorial hospitalária que ajudava pessoas necessitadas de cuidados médicos independentemente da sua religião ou etnia. Deixaram vestígios da sua presença em toda a região transmontana em capelas e santuários. Nesta edição percorremos o Caminho de São Cristóvão.
Pelourinho de Chacim
Nesta edição a viagem é pelo Caminho de São Cristóvão, entre Malta e Gralhós, pontes muito antigas que continuam a unir as margens de rios e ribeiras e a recordar os tempos que eram atravessadas por cavaleiros, peregrinos e viajantes nas suas funções administrativas, rumo a santuários ou em direcção a feiras e mercados para trocas e folias.

Ao longo deste caminho que percorremos nesta edição, no concelho de Macedo de Cavaleiros, a Rota dos Cavaleiros de Malta permite reconstituir no nosso imaginário caminhos e atmosferas que decerto compunham o cenário da acção dos freires da Ordem de São João Batista de Jerusalém em terras portuguesas, particularmente na agreste paisagem transmontana.

Ponto de partida
Bem, chega de história e vamos fazer-nos à estrada. Começamos esta rota pela aldeia de Malta, que só assim foi designada em meados do século XIX, Até lá era conhecida como o lugar de São Cristóvão e chegou a ser propriedade dos Cavaleiros de Malta, pelo menos desde os tempos da doação do Castelo de Algoso por D. Sancho II àquela Ordem, segundo alguns historiadores.

A Igreja de Malta
Ainda segundo os historiadores, foi muito provavelmente construída no século XV, não existem dados sobre a sua construção mas muitos documentos de finais do século XV e, sobretudo do século XVI referem-se já a este templo.

Esta é uma igreja de construção bastante simples com uma só nave, decorada com motivos vegetalistas. Numa parede da capela podemos um retábulo de talha dourada com imagens da Virgem do Leite, da Missa de São Gregório, de São Cristóvão, de São Miguel Arcanjo e de São João Batista, junto do qual se encontra a imagem do jovem cavaleiro que doou estas tábuas e que agradece a bênção concedida.

Deixando Malta em direcção a leste, no caminho que leva à aldeia de Chacim, mantém-se ainda um marco com o cunho da ordem de Malta. São cerca de 2,1 km que podem ser percorridos a pé.

Pelourinho de Chacim
Conta a história que o topónimo desta antiga aldeia, em tempos já muito antigos significava javali. No largo principal de Chacim ergue-se o pelourinho que ainda conserva as argolas de sujeição, era nestas argolas que os condenados eram outrora amarrados para que lhes aplicados castigos. Continuamos o nosso caminho, vamos até à ribeira de Chacim, passamos pela ponte medieval do Bairrinho em direcção aos vestígios do Real Filatório, fábrica de seda criada em 1788. Nesta terra de caçadores a Rota dos Cavaleiros cruza-se com a Rota do Azeite e a Rota da Seda.

Seguimos para Balsamão, aqui a paisagem é dominada por oliveiras e sobreiros. Os freixos acompanham a linha da água da Ribeira de Chacim que desagua no rio Azibo. Ainda passamos pelo Convento de Balsamão e vamos na direcção de Paradinha de Besteiros e para retomar energias paramos no Poço de Paus. Aqui podemos dar um mergulho no poço, mas no Inverno talvez não seja boa ideia, vamos estender a toalha e comer a merenda.

Seguimos pela Estrada Municipal entre o Santuário de Balsamão e Paradinha de Besteiros passando pela Ponte de Paradinha datada de finais do período medieval, esta ponte, quase escondida por uma paisagem verdejante assenta sobre três arcos de volta perfeita.

Paradinha de Besteiros
Os besteiros desempenharam um papel importante nas batalhas da nossa primeira dinastia. Já na subida que leva ao interior desta aldeia, numa pedra invulgar estão desenhados alguns tracejados e aqui pode jogar-se o singular Alquerque, conhecido como o jogo do castro, um jogo milenar que pode ter inspirado o jogo de damas.

Saímos de Paradinha e vamos até à Sobreda, acompanha-nos uma paisagem mediterrânica onde predomina a oliveira e o sobreiro. Este caminho que leva à Sobreda atravessa o Maciço de Morais, que pode ser atravessado a pé até Gralhós. Saímos de Sobreda em direcção a Morais, à entrada da aldeia, junto à placa olhando ao fundo, à esquerda avista-se o castelo de Algoso. A aldeia de Morais é célebre pelo seu pão, aproveitamos para lanchar por aqui.

Já na estrada, em direcção a Gralhós, o miradouro de Morais oferece uma paisagem magnífica que abrande os termos Gralhós, de Talhas e de Morais. Com bom tempo, ou utilizando binóculos avistam-se e as linhas de água do Sabor, Maçãs e do Angueira. Terminamos o nosso passeio na Igreja de Santa Cruz em Gralhós, na próxima edição percorremos outro caminho da Rota dos Cavaleiros de Malta.

Revista Raízes

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