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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

A Senhora que apareceu em Vilas Boas

Dizem que no monte onde está o Santuário da Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas, existiu um povoado fortificado da segunda idade do ferro. A capela da Senhora da Assunção, em Vilas Boas data do século século XVI. Conta-se que caiu no abandono e que foi um facto extraordinário que lhe deu de novo vida.

Alexandre Parafita conta no seu livro “Portugal Antigo Moderno” que em 4 de Setembro de 1673, uma menina de Vilas Boas que se chamava Maria, de 10 anos de idade, filha de Jacome Trigo, estava a lavar num ribeiro contíguo à vila. De repente apareceu-lhe uma mulher de surpreendente beleza que a chamou, lançou-lhe a bênção, levou-a a uma ribanceira próxima, da qual brotou no momento uma fonte de água. Enquanto lhe molhava a cabeça dizia :

– Estás sã do mal que padecias, mas a sesão [sezão] que tiveste na Sexta-Feira te há-de repetir ainda hoje; vai pois para tua casa e depressa, para que te não dê no caminho.

Disse-lhe mais:

– Lembras-te de quando ias defronte da minha Casa, na Portela de Vale Formoso, e eu peguei em ti sem o saberes, livrando-te de perderes a vida em um despenhadeiro, indo em teu seguimento João Lopes e Affonso Trigo que te levou nos braços para casa? Eu sou a Virgem da Assunção. Vai e diz aos teus vizinhos que jejuem a primeira Sexta-Feira e concertem a minha casa, porque eu não cessarei de interceder por vós todos…

Passado uns dias a menina estava com os seus pais numa eira a limpar pão quando a mesma senhora voltou a aparecer e lhe que fosse à sua capela. A menina de 10 anos assim fez e foi. A meio da ladeira do monte encontrou a de novo a senhora e  viu a capela com as portas fechadas e toda cheia de luzes. A mulher reaparece com uma cruz de  que deu a Maria e disse:

– Vai à vila recomendar de novo a todos que não se esqueçam do jejum, e dá-lhe a beijar esta cruz.

Assim fez, percorreu a povoação dando esta a beijar a cruz a todos e recomendando-lhes o jejum.

No dia seguinte, mais precisamente uma  Sexta-Feira, 8 de Setembro, dia da Natividade da Senhora, foi a menina repor a cruz no sítio de onde a tinha trazido. A mesma senhora reapareceu e pediu  que todos os Sábados fosse vê-la à sua capela. Maria cumpriu.

A história foi-se espalhando e avivou-se a fé com a Virgem da Assunção nos povos de Vila Flor e não só. De dia para dia o Santuário da Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas começou a ganhar uma enorme afluência de fiéis.

Assim é nos dias de hoje, no Verão vários peregrinos de localidades vizinhas ruma a pé os caminhos que conduzem ao cabeço, para participarem na festa.

Um local com um miradouro de cortar a respiração que todos deviam visitar, agora já conhecem a sua história …

Revista Raízes

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