Dizem que no monte onde está o Santuário da Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas, existiu um povoado fortificado da segunda idade do ferro. A capela da Senhora da Assunção, em Vilas Boas data do século século XVI. Conta-se que caiu no abandono e que foi um facto extraordinário que lhe deu de novo vida.
Alexandre Parafita conta no seu livro “Portugal Antigo Moderno” que em 4 de Setembro de 1673, uma menina de Vilas Boas que se chamava Maria, de 10 anos de idade, filha de Jacome Trigo, estava a lavar num ribeiro contíguo à vila. De repente apareceu-lhe uma mulher de surpreendente beleza que a chamou, lançou-lhe a bênção, levou-a a uma ribanceira próxima, da qual brotou no momento uma fonte de água. Enquanto lhe molhava a cabeça dizia :
– Estás sã do mal que padecias, mas a sesão [sezão] que tiveste na Sexta-Feira te há-de repetir ainda hoje; vai pois para tua casa e depressa, para que te não dê no caminho.
Disse-lhe mais:
– Lembras-te de quando ias defronte da minha Casa, na Portela de Vale Formoso, e eu peguei em ti sem o saberes, livrando-te de perderes a vida em um despenhadeiro, indo em teu seguimento João Lopes e Affonso Trigo que te levou nos braços para casa? Eu sou a Virgem da Assunção. Vai e diz aos teus vizinhos que jejuem a primeira Sexta-Feira e concertem a minha casa, porque eu não cessarei de interceder por vós todos…
Passado uns dias a menina estava com os seus pais numa eira a limpar pão quando a mesma senhora voltou a aparecer e lhe que fosse à sua capela. A menina de 10 anos assim fez e foi. A meio da ladeira do monte encontrou a de novo a senhora e viu a capela com as portas fechadas e toda cheia de luzes. A mulher reaparece com uma cruz de que deu a Maria e disse:
– Vai à vila recomendar de novo a todos que não se esqueçam do jejum, e dá-lhe a beijar esta cruz.
Assim fez, percorreu a povoação dando esta a beijar a cruz a todos e recomendando-lhes o jejum.
No dia seguinte, mais precisamente uma Sexta-Feira, 8 de Setembro, dia da Natividade da Senhora, foi a menina repor a cruz no sítio de onde a tinha trazido. A mesma senhora reapareceu e pediu que todos os Sábados fosse vê-la à sua capela. Maria cumpriu.
A história foi-se espalhando e avivou-se a fé com a Virgem da Assunção nos povos de Vila Flor e não só. De dia para dia o Santuário da Nossa Senhora da Assunção, em Vilas Boas começou a ganhar uma enorme afluência de fiéis.
Assim é nos dias de hoje, no Verão vários peregrinos de localidades vizinhas ruma a pé os caminhos que conduzem ao cabeço, para participarem na festa.
Um local com um miradouro de cortar a respiração que todos deviam visitar, agora já conhecem a sua história …
Revista Raízes
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