As divergências na apicultura, quanto aos apicultores portugueses que afirmam que os espanhóis invadem as suas propriedades de forma menos legal e vice-versa, é a principal preocupação que se discute na região transfronteiriça transmontana.
Foi sob esta perspectiva que aconteceu o I Encontro Apícola Transfronteiriço, no qual se reuniram dezenas de apicultores portugueses e espanhóis em Rio de Onor, este sábado. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Apicultores de Portugal, Manuel Gonçalves, esta preocupação já é antiga e há necessidade de se criarem directivas para que as regras sejam cumpridas.
“Há 10 anos que andamos a participar em reuniões com organizações de produtores profissionais de Espanha a chamar a atenção sobre quais são as regras para entrar para sair, mas há sempre quem fuja. É necessário criar uma directiva com legislação que puna quem não cumpre e beneficie aqueles que cumprem, que estão a produzir e a gera riqueza”, destacou.
Em debate estiveram ainda o mercado de mel quanto à fraude e adulteração e novas técnicas analíticas de detecção. “70% do nosso mel é para auto-consumo e tem de entrar no mercado e temos de saber que temos força para negociar com a União Europeia e com o governo se estiver escrito que os apicultores valem tanto, gero tanto, nós sabemos o que gera o sector mas tem de estar escrito”, referiu.
O vice-presidente da diputácion de Zamora, Juan Dúo Torrado, assinalou presença no encontro e defendeu a apicultura como um meio de subsistência até para as famílias mais jovens que têm apostado mais neste sector.
“Pensamos que pode ser uma ajuda para as famílias e para as localidades que podem estar a atravessar alguns problemas, sobretudo as famílias jovens que não encontram meios de subsistência suficientes nas localidades da província e se vêem obrigados a mudar-se para as grandes cidades, a apicultura seria uma forma de conseguirem manter-se nas suas terras de origem”, reforçou.
Durante o encontro, o presidente da FNAP sublinhou a importância de existir no território em questão pessoas com formação que podem iniciar o caminho que a federação quer abrir e assim que as regras possam ser cumpridas de uma forma mais eficaz e justa para todos.
Na freguesia de Rio de Onor há entre 8 a 10 mil colmeias e cinco jovens apicultores.
Escrita por Brigantia
Carina Alves
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