A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Fernanda Rollo, quer que, pelo menos, 40% dos alunos das escolas profissionais ingressem no ensino superior, sobretudo em áreas de aquisição de competências tecnológicas.
A meta foi avançada esta quinta-feira à tarde, em Bragança, onde Fernanda Rollo visitou o Parque de Ciência e Tecnologia (Brigantia Ecopark) acompanhada de alunos de escolas profissionais.
A meta para os próximos anos é que 60% dos jovens portugueses frequentem as universidades e politécnicos. "Os jovens precisam de ser sensibilizados para esta necessidade da formação e para a aquisição de competências para o mundo do trabalho. Apenas um em cada três jovens, na casa dos 20 anos, está a fazer formação superior. É muito pouco", referiu a secretária de Estado, que também passou pelo FabLab do Instituto Politécnico de Bragança, um dos 20 existentes em Portugal, onde se pode fabricar quase tudo com recurso à tecnologia digital, como os computadores e as impressoras 3D.
A taxa de transição de alunos do profissional para o superior "é muito baixa", lamenta Fernanda Rollo. Apesar de 85% dos estudantes dos cursos científico-humanísticos ingressarem nas universidades e politécnicos, do ensino profissional apenas transitam 12% dos jovens para esse patamar de ensino. "As pessoas não vão porque existe essa mentalidade de que não é preciso estudar, mas hoje são necessárias competências porque os empregos de futuro carecem de competências tecnológicas", destacou a governante.
Fernanda Rollo diz que é necessário uma maior aposta na ação social escolar, "que apesar de ter sido reforçada ainda não é suficiente", para permitir que estes alunos ingressem na universidade porque muitos abandonam os estudos devido "a dificuldades de natureza económica", afirmou. No entanto, o maior problema continua a ser "a ideia de que não é preciso estudar", acrescentou.
A governante apresentou ainda em Bragança a campanha "Não desistas de ti" que incluiu o programa "Estudar mais é preciso" para "que os jovens não sejam vítimas de maus argumentos, como o de que não vale a pena estudar", reiterou, acrescentando que é preciso "dar uma resposta muito rápida e flexível à necessidade de recursos humanos das empresas, porque daqui a muito pouco tempo 50% do que existe como profissões tende a desaparecer. O Instituto Politécnico de Bragança pode antecipar essas mudanças através dos laboratórios colaborativos e da cumplicidade com o mundo empresarial", defendeu.
Glória Lopes
Jornal de Notícias
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