É no Santuário da Nossa Senhora do Naso, em Miranda do Douro, que tem lugar a que em tempos foi uma oportunidade de encontro de pessoas de vários pontos do distrito.
Falamos da Feira do Naso e do Concurso Nacional da Raça Asinina de Miranda, uma feira que antigamente acontecia ao longo de vários dias, sendo que o dia seis era destinado à compra e venda de burros. Em 2002 a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino (AEPGA) decidiu iniciar a revitalização desta espécie e desde aí a feira transformou-se num evento chave para a valorização do burro de Miranda. O presidente da associação, Miguel Nóvoa, acredita que esta é sobretudo uma actividade que acompanha a preservação da espécie. "É uma actividade que a associação tem vindo a desenvolver, ao longo dos seus últimos 16 anos, como forma de promover um convívio entre os criadores da raça e uma oportunidade para escolher os melhores exemplares e aqueles criadores que têm feito um esforço por dar continuidade à preservação desta raça", afirma.
A feira tem ainda como especial missão avaliar a evolução e o estado actual da raça, ao mesmo tempo que pretende estimular os criadores para a produção de animais que possam contribuir para a dignificação da espécie. "Neste momento existem cerca de 700 espécies reprodutoras da raça asinina de Miranda, do qual o solar da raça talvez albergue um pouco mais do que a população nacional, cerca de 400 exemplares. Muitos outros exemplares da raça asinina de Miranda estão já espalhados pelo território nacional que nos alegra quanto ao sucesso com que toda a sociedade portuguesa se revê na preservação desta raça autóctone", explicou o presidente da Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino.
Miguel Nóvoa sublinha o trabalho que tem sido feito com o gado asinino que está a ganhar um novo fôlego num projecto em que se recorre ao burro mirandês para prevenir incêndios florestais. Este ano, oito burros estiveram pelos concelhos de Miranda e Mogadouro, em jeito de teste do projecto, e no próximo ano prevê-se intervir na região do Rio Sabor e do Rio Maças. "Temos reparado, nos últimos anos, que, além este potencial na revitalização dos lameiros tradicionais, poderíamos definir uma estratégia dentro de outros planos de prevenção de luta contra os incêndios e que estes animais possam vir a ser utilizados em locais estratégicos com vista à diminuição da carga combustível. Estamos a fazer algumas acções piloto para que, dentro de um ano ou dois, possamos obter os primeiros resultados desta experiência e poder replicá-lo a outras situações", explicou Miguel Nóvoa.
Esta é uma iniciativa que conta também com a colaboração do município de Miranda do Douro.
Escrito por Brigantia
Carina Alves
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