A apresentação pública da “Revista Memória Rural” foi realizada pelo Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Doutor Gaspar Martins Pereira. A iniciativa contou com a presença de mais de meia centenas de pessoas, que no passado sábado viram surgir mais uma edição cultural na região transmontana.
A edição deste primeiro número é integralmente suportada pela autarquia local que apostou na via editorial para dar dimensão regional a um projeto museológico que desde há cerca de 5 anos tem vindo a ser desenvolvido no seu território concelhio.
O Museu da Memória Rural, espaço que acolhe e é responsável pela criação e dinamização desta iniciativa editorial, é um projeto museológico polinucleado que tem vindo a ser construído por diversas aldeias do concelho de Carrazeda de Ansiães, caraterizando-se fundamentalmente como uma instituição local que visa responder às necessidades de dinamização cultural e preservação do espólio identitário de um território marcado pelos fortes problemas da interioridade.
Constituído na atualidade por 5 núcleos museológicos dispersos por diferentes localidades do território concelhio, o Museu da Memória Rural está a ser idealizado como um projeto pioneiro na região, assentando os seus pressupostos nos princípios de uma museologia social e coesiva que pretende o envolvimento e a participação da comunidade num processo dinâmico de valorização dos recursos culturais do concelho. Metodologicamente, o museu aposta numa abordagem participacionista do património, privilegia uma visão dinâmica do passado e pugna por uma intervenção científica e cultural capaz de operar com metodologias de intervenção comunitárias, democráticas e participativas.
É neste contexto genérico de valorização do Património Cultural e da Memória Histórica local e regional que agora surge a “Revista Memória Rural”, uma publicação impressa que tem como principal intuito fortalecer o processo de comunicação do projeto museológico, tentando dar-lhe visibilidade e dinâmica regional e nacional.
O primeiro número é composto por uma mensagem de abertura do presidente da autarquia, Dr. João Gonçalves, e pelos seguintes artigos:
1. Memória, História e Património: Reflexão em torno do processo de educação patrimonial – Gaspar Marins Pereira;
2. O processo de inventariação do Património Cultural Imaterial. A experiência da zona Norte de Portugal – Cidália Duarte;
3. Da emergência do conceito de Património Mundial à criação do ICOMOS – Orlando Sousa
4. Memórias de um lagar de azeite – Isabel Alexandra Lopes;
5. Memória Histórica de Quintas Durienses do Concelho de Carrazeda de Ansiães (I República Portuguesa, 1910-26 e II República Espanhola, 1931-36) – Maria Otília Pereira Lage;
6. História, memórias e materialidades: os fornos de secar figos da Terra Quente Transmontana – António Luis Pereira;
7. Importância da Banda Filarmónica de São Mamede de Ribatua no Contexto Histórico, Formativo e Cultural– Luís Manuel da Silva Lameiras;
8. Ponte do Pocinho. Monumento da Arqueologia Industrial do Douro Transmontano registado pela objetiva de Jorge Abreu Vale – Texto: Carlos d’Abreu, Fotografias: Jorge Abreu Vale;
9. Património industrial no território de S. João da Pesqueira. Espaços, momentos e ambiências de transformação e interpretação da paisagem cultural – Artur Oliveira;
10. Os Berrões e as Lendas: a Porca de Murça – Alexandra Vieira;
11. O Castro S. João das Arribas. Achegas para uma storia das Arribas. Parte I – Mónica Salgado e Pedro Pereira;
12. Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior. O milagre da prata – Arnaldo Duarte da Silva,
13. Para além dos objetos: uma recolha de património etnográfico no Baixo Sabor – Mauro Correia e Paulo Maximino;
14. Ribeiro de Moinhos (Felgar e Souto da Velha). Contributo para a memória de uma realidade desaparecida – André Rolo e Sara Oliveira;
15. O “Último Cerieiro” de Felgueiras Torre de Moncorvo – Texto e desenhos de Joaquim Pífano e Fotografias de Maria Luísa Garcia e Carlos Pimenta;
16. Geocentrismo loiseiro na interpretação do toque dos sinos das aldeias vizinhas – Teresa Machado, uma recolha de Carlos d’Abreu.
in:noticiasdonordeste.pt
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