Já estão inauguradas as obras de requalificação do circuito hidráulico de regadio da barragem da Esteveínha, em Alfândega da Fé. Este é um dos 28 projectos do distrito, que correspondem a uma área de regadio de 430 hectares, a beneficiar 933 explorações agrícolas, no âmbito do Plano Nacional de Regadio.
Segundo o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, presente, ontem, na inauguração das obras, pretende-se que os agricultores tenham melhores condições já que os investimentos tem como meta aumentar em 100 mil hectares a área de rega em Portugal até 2023. “Aqui estamos numa obra que representa um investimento na ordem dos dois milhões de euros e que permite a reabilitação total deste perímetro uma vez que havia imensas perdas de água porque era uma obra muito antiga. Um dos nossos objectivos é uma rega eficiente, usar da melhor maneira um recurso que é cada vez mais escasso e preciso. O Governo está a fazer um enorme esforço no contexto daquilo que designamos de Programa Nacional de Regadios e que visa, até 2023, instalar mais de 100 mil hectares de regadio no país como forma de mitigar as consequências das alterações climáticas e sobretudo para criar melhores condições de competitividade à nossa agricultura”.
Segundo o presidente da Associação de Regantes de Alfândega da Fé, o regadio serve 400 quintais e hortas, dentro da vila, e cerca de 340 prédios rústicos, numa área de 740 hectares. Joaquim Ribeiro prevê que por causa do investimento em novas produções, que agora se tem verificado, num futuro próximo tenha que se criar mais uma barragem para dar resposta às solicitações. “Foi um esforço altamente meritório que veio viabilizar o funcionamento da Associação de Regantes e o perímetro de rega. Neste momento serve mais de 250 agricultores. Têm estado a ser feitas bastantes novas plantações, tem havido um investimento significativo e temos por isso, por excesso de adesão, previsivelmente, um problema de abastecimento no futuro. Esse problema já se verifica por não ter chovido abundantemente. Já só estamos a iniciar a campanha de rega a partir do dia 10 de Maio até 30 de Setembro, o que é manifestamente insuficiente para muitas culturas”.
A presidente da câmara de Alfândega da Fé frisou que a barragem, que já tem 60 anos, estava bastante degradada. Assim, Berta Nunes avança que agora é preciso reparar as perdas na própria barragem mas que já foram tomadas algumas medidas. “Havia muitas perdas de água, os agricultores não conseguiam ter água suficiente porque não havia uma boa gestão. A câmara municipal andava todos os anos a reparar as condutas mas falta ainda ver a questão das perdas da própria barragem mas isso também nos levou a organizar os agricultores que não estavam organizados. Todos têm um contador e todos pagam a água que consomem e isso tem feito com que, apesar destas dificuldades, a própria barragem ter perdas que ainda não sabemos qual o montante, o volume, que se consiga que toda a gente possa regar”.
O ministro visitou ainda as obras de requalificação na Barragem da Camba e a futura barragem de Gebelim, que abastecerá o regadio de Vilar-Chão/Parada. Capoulas Santos também esteve em Vila Flor onde vai começar a ser construída a barragem Redonda das Olgas, em Freixiel.
Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves
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