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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 12 de outubro de 2019

AO PROTEGER ESTA PLANTA, ESTAMOS A SALVAR OS ABELHÕES

As pequeninas flores da urze, planta nativa em Portugal, abrigam uma substância que defende estas abelhas silvestres contra um preocupante parasita, descobriram agora cientistas no Reino Unido.
Abelhão pousado em flores de urze. Foto: Bea.miau/Wiki Commons

A nova descoberta foi publicada pela revista Current Biology, num artigo assinado por investigadores dos Royal Botanic Gardens – Kew e do Royal Holloway, ligados à Universidade de Londres, noticiou a BBC.

Em causa está o parasita Crithidia bombi, comum em abelhões silvestres, que pode passar de um insecto para outro quando estão nas flores ou nos ninhos.

A equipa testou o néctar de 17 plantas comuns no Reino Unido, incluindo dentes-de-leão, trevos, hera e urzes, para avaliar os efeitos na defesa contra doenças, consideradas uma das principais caudas para o declínio das abelhas.

As conclusões indicam que o néctar das flores de urze (Calluna vulgaris) – planta que em Portugal é também chamada de torga – tem os melhores resultados. Em causa está uma substância química agora identificada pelos cientistas, baptizada em inglês como ‘callunene’, inspirada no nome científico da urze.

“Tal como nós, os polarizadores podem apanhar doenças que os deixam mal. As abelhas também enfrentam pressões adicionais devido à destruição de habitats, pesticidas e alterações climáticas”, disse Hauke Koch, biólogo dos Kew Gardens, citado em comunicado.

“Enquanto que os apicultores podem ajudar colónias doentes de abelhas-do-mel, por exemplo tratando-as directamente dos parasitas, não conseguimos ajudar as abelhas silvestres da mesma forma. A nossa descoberta mostra, todavia, que uma boa maneira de ajudar os polinizadores na natureza pode ser proteger plantas medicinais essenciais para eles”, salientou.

Os investigadores reproduziram o parasita em laboratório, numa solução líquida, e aplicaram-lhe néctares de diferentes espécies. O néctar da urze mostrou ser o mais poderoso. Depois de aplicarem este néctar em abelhões Bombus terrestris – que também ocorrem em Portugal – perceberam que ajuda a impedir que estes insectos sejam infectados.

Os morangueiros e as tílias também mostraram bons resultados.

“Manter populações saudáveis de abelhas e de outros polarizadores é central para a sustentabilidade dos ecossistemas e para a produção de comida para os humanos”, disse Mark Brown, do Departamento de Ciências Biológicas do Royal Holloway. “Percebermos quais são as plantas necessárias para mantermos um equilíbrio saudável entre as abelhas e os seus parasitas pode ajudar-nos a restaurar habitats que favoreçam a saúde destes insectos.”

Cientistas avisam sobre declínio dos urzais

Na Europa, onde a planta da urze está espalhada por vários países, incluindo Portugal, esta espécie é considerada um dos maiores produtores de néctar, essencial para abelhas e abelhões.
Urzal em Burntridge Moor, no Reino Unido. Foto: Mike Quinn/Wiki Commons

No entanto, alertam os cientistas, uma boa parte do habitat natural desta espécie tem vindo a desaparecer e a fragmentar-se a grande velocidade. Em causa está principalmente a transformação dessas terras em terrenos agrícolas – como aconteceu no Reino Unido, onde nos últimos 150 anos desapareceram cerca 85% dos urzais das terras baixas, segundo o Wildlife Trust.

A urze é nativa em Portugal Continental e nos Açores e está hoje naturalizada na Madeira, onde foi introduzida por humanos. Floresce entre Fevereiro e Novembro.

O portal Flora-On indica que esta planta pode encontrar-se “em urzais, tojais, sargaçais e outros matos baixos, em campo aberto ou sob coberto de sobreirais, pinhais e outros povoamentos florestais, desde dunas litorais a alta montanha.”

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