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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

O PERIGO DE ESCREVER

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


O meu passatempo favorito, é escrever. Escrever: é, nem mais nem menos, conversar sem ser interrompido.
Mas escrever, ser articulista, ter opinião, não é fácil, mormente em épocas de liberdade…Em ditadura, os censores, cortam; em democracia, muitas vezes, desancam nas redes sociais…
Em 1994, era colaborador do: “O Correio do Ribatejo”. Numa das crónicas desabafei, a indignação e tristeza, porque, determinado leitor, não gostando do que escrevera, resolvera enviar-me carta, polvilhada de insultos. Carta anónima… Claro.
Poucas semanas depois, tive a boa e agradável surpresa, ao abrir: “O Correio do Ribatejo”, de 27/Julho/1994 deparar, em destaque, Carta Aberta, dirigida a minha pessoa, assinada pela leitora: Natalina Milhano Pintão:

“Li com emoção e misto de tristeza e admiração, a sua crónica, sobre:” O Perigo de Escrever”.
“ Creio não conhecer o homem, que, semanalmente, nos contempla com um pouco do seu “ pensar”, expresso em ideias profundas, simples e generosas, porque são humanas. Sou dos que gostam de ler, nas páginas de um jornal, além de notícias dos acontecimentos do dia-a-dia, da terra (mais ou menos engalanadas, consoante quem escreve ou manda escrever), artigos de opinião. Essa opinião, leva-me a refletir e comparar a minha opinião, com essa outra opinião.
“ A opinião é igual à minha? É diferente da minha? Não é isso que me ocupa, e muito menos me preocupa. O que eu quero, é pensar… usar a minha cabeça, porque “ cada cabeça sua sentença”, (eu acho que é democrático, e até se ensina nas Escolas: ter opinião responsável).
“ O que me interessa, isso interessa a valer, é saber que o que foi escrito, é verdade, ou pelo menos, a verdade do “escritor”, sem intenções encapotadas, que expõe, “ na praça pública” (como dizia sua avó), a sua opinião transparente.”

Seguem depois palavras amáveis, que não interessa transcrever.

Voltaire, perguntava, certa vez, a mademoiselle Quinout: “ Que ganhei eu em vinte anos de trabalho? Nada, a não ser inimigos. Tal é o preço que, quase sempre, deve esperar-se da cultura das letras: muito desprezo quando não se triunfa, muito ódio quando se triunfa”.

Sempre que o escritor publica livro de sucesso, logo se levantam vozes de inveja…até de amigos…

E a crítica? Como atua?
“ A crítica, entre nós, é a impressão escrita sobre o joelho, com a pressa de quem vai salvar o pai, da forca; escrita por amizade, ou por antipatia; as nem sim nem sopas; a de ajuste de contas (agora é que ele vai saber de que força é o filho de meu pai!); a dos ciúmes recalcados… Cruz Malpique, “ Notícias de Guimarães”, de 4/10/91.
“ Em Portugal, há uma larga tradição de murmúrio. De inveja. De cobiça. E de Preguiça, também. Os valores, raramente são reconhecidos, e os mais inteligentes, constituem o repasto ideal para a calúnia” – Disse, e disse bem, Helena Sacadura Cabral, in: “ Diário de Notícias”, citado no: “O Dia” de 9/9/02.
Em Portugal, e em toda a parte…Salvo raras exceções, o homem são sempre o mesmo. O homem… e a mulher…

Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".

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