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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Graça Morais – Azulejos do Mercado Municipal (2002) e do Teatro Municipal (2004)

Graça Morais é uma das mais reputadas artistas contemporâneas portuguesas, umbilicalmente ligada à sua região. Nascida em Vieiro, concelho de Vila Flor, terá sempre Trás-os-Montes presente na sua obra, acompanhando-a as recordações da infância ligadas à aldeia natal. Em 1966-1967, depois de concluir os seus estudos em Bragança, vai estudar pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, concluindo a sua licenciatura em 1971.
Painel de Azulejos - Teatro Municipal (2004) Autoria: Graça Morais
A primeira viagem fora de Portugal, efetuada em 1970, levando-a a contactar com a realidade artística em Londres, Paris e Amesterdão, irá ser decisiva para o seu percurso como pintora. Para além de exercer a docência na área da pintura, a sua participação em exposições individuais e coletivas no País e no estrangeiro passa a ser uma constante, tornando-se uma das nossas artistas mais internacionais, encontrando-se representada em importantes coleções.
Em 2008, Bragança inaugura o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, cuja autoria pertence ao arquiteto Eduardo Souto Moura (galardoado com o Pritzker Architecture Prize – 2011). João Fernandes, comissário da primeira exposição Graça Morais – Pintura e Desenho 1982/2005, aponta um facto relevante sobre a obra da artista: “Por vezes, uma inaudita e surpreendente violência contamina a afetividade com que a artista redefine e reinterpreta as figuras que representa, como se elas fossem personagens de uma tragédia antiquíssima, mas sempre presente”.
Azulejos do Mercado - Municipal (2002). Autoria: Graça Morais
Em 2002, a escritora Maria Velho da Costa, referindo-se à “mundividência” da pintora aponta a sua faceta “bem feminina […] mediterrânica, de um arcaísmo mais fiel ao luto que à retaliação”. Outros intelectuais definem-na como uma “serra escarpada” (Inês Pedrosa, 2010), vendo o mundo numa outra dimensão: “Tempo humano, sem dúvida, nem há tempo que o não seja. O tempo da consciência do tempo, que exprime nas suas figuras agarradas à terra como se nunca tivessem sido crianças, como se nunca se tivessem erguido noutros espaços que os do silêncio e do esforço” (Júlio Moreira, 2011).
Da sua autoria, a Cidade possui dois exemplos magníficos que comprovam esta visão simultaneamente realista e intemporal: os azulejos do Mercado Municipal e do Teatro Municipal.

Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa

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