Os cafés, restaurantes, pastelarias e esplanadas retomaram, ontem, a actividade mas as regras são apertadas, de forma a conter a disseminação da pandemia. A necessidade de facturar e voltar aos lucros é, ainda assim, a maior certeza dos empresários brigantinos.
Os três cafés de David Afonso e do pai fazem parte dos estabelecimentos que têm luz verde para voltar agora ao activo e ajudar a que Bragança se aproxime da realidade que conhecia. Sem tempo a perder, o empresário, com o empreendimento, a que chamou “Bar da Praia”, desde 2012, confessa que “fazia muita falta abrir” mas o futuro é incerto. “Arrisco-me a dizer que estaremos cerca de cinco anos para recuperar financeiramente o tempo perdido”, salientou o jovem empresário.
As preocupações que aí vêm poderão ser muitas mas, para já, o que mais o deixa inseguro é a falta de informação que diz existir sobre a melhor forma de voltar a abrir portas. “Abrimos sem saber praticamente nada do que fazer. Estamos a tomar várias medidas de segurança e de higiene, para nós e clientes, mas quanto ao resto, no que toca à limitação de pessoas nos espaços, horários, como servir, como perceber se as pessoas coabitam ou não, estamos um pouco perdidos. Uns falam e outros contradizem”, sublinhou.
Além dos cafés, havia um novo projecto em mãos que ficou à espera de melhores dias. David Afonso tinha a abertura de um restaurante marcada para a semana em que os espaços começaram a fechar. “Foi uma derrota antes mesmo de começar sequer a jogar”, lamentou acerca do empreendimento que deverá abrir brevemente e que empregará sete funcionários.
Em Bragança também é empresário Jorge Morais. Com um restaurante aberto há menos de dois anos, ter fechado portas foi complicado. “Não tivemos receita mas mantiveram-se alguns encargos. Com o mesmo pessoal a trabalhar, as finanças têm que ser mais apertadas”, confirmou, acreditando que “vai demorar algum tempo até que tudo volte ao normal”.
No restaurante de Jorge Morais, onde além dele trabalham cinco pessoas, “serão respeitadas todas as normas”, nomeadamente o afastamento de dois metros entre mesas. “Uma sala como a nossa, que apesar de ser grande, vai ficar bastante reduzida. Felizmente temos uma área exterior que nos vai permitir alargar para a esplanada”, esclareceu, acrescentando que, para quem queira comer na mesma mesa mas mais afastado, como empresários e comerciais que tragam alguém de fora, há acrílicos de separação.
Depois de ter fechado mesmo antes de se ver obrigado, Jorge Morais começa a receber novamente gente e, sublinhando que “as pessoas estão mortinhas por sair de casa”, tem novos menus para degustar no restaurante, como forma de começar uma nova fase e atrair clientes. O empresário, ainda assim, tem noção de que “muitas pessoas têm receio”, mas “é preciso transmitir confiança”, mostrando um “espaço limpo e aberto”, onde agora as mesas não tem toalhas para que a higiene seja maior e até a carta, por ser de papel, pode ir para o lixo mal se escolha o que comer.
Jornalista: Carina Alves
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